HISTÓRIA DO DESENVOLVIMENTO DO MOVIMENTO
DO
TANGO NO RIO DE JANEIRO
MEC - BIBLIOTECA NACIONAL -
DIREITOS AUTORAIS - REG. Nº 006382/2000
A história se divide em três
partes:
Primeira
Parte:
Conforme
o artigo da citada coluna LOS
MILONGUEIROS, esta parte começa por
meados do século XX e termina em julho de 1998, está
compreendida pelas Épocas:
. Época Pré-Eliteana,
até 1992:
quando predominava o Tango
Show;
. Época Pós-Eliteana,
de 1992 a 1998:
quando se desenvolvia o Tango de
Salão.
Essa
parte da história foi contada
retratando: "O TANGO DO SHOW AO
SALÃO".
Segunda
Parte:
A
Época da afirmação e da consolidação do movimento do tango de salão, no Rio de
Janeiro, após julho de 1998 até dezembro de 1999, final do século
XX:
época de curta duração, mas de intenso crescimento do movimento do tango, caracterizada pelo grande número de
bailes e eventos de tango, bem como pela modernização e pela expansão da mídia,
em torno desse movimento.
Terceira
Parte:
Época
Moderna, início do século XXI: Caracterizada
pelo movimento já consolidado do tango e pelo constante desenvolvimento da
dança, com o surgimento de uma grande variedade de locais para praticar;
por um maior intercâmbio, através de cursos e workshops ministrados por mestres
famosos de tango, de nível internacional e pelo crescente número de adeptos do
tango.
PRIMEIRA
PARTE
Épocas: Pré-Eliteana e Pós-Eliteana
Perto
de completar no mês de abril próximo, seis anos da realização do primeiro baile oficial de tango na Cidade
do Rio de Janeiro e, como parte das festividades de comemoração, com um baile/show, na Gafieira Elite,
contaremos um pouco da estória do tango praticado antes dos anos 90 (Tango Show) e do tango pós 90 (Tango de Salão), o qual se desenvolveu
mais fortemente a partir do primeiro baile de tango oficial da cidade, no Elite Clube em 1992 (Época Eliteana), e posteriormente
até os dias de hoje, quando se conta com um grande número de adeptos, participantes apaixonados pelo Tango de Salão (Época
Pós-Eliteana).
Para
falar desse assunto tão empolgante, fomos gentilmente convidados pela Direção do
Jornal Dance News, através de seu
presidente Sr. Wanyr de Almeida, ao
qual agradecemos, sentindo-nos honrados com a
oportunidade.
Não
basta apenas estar participando por cerca de nove anos, ativamente do movimento
e da evolução do tango no Rio de Janeiro para falar do assunto. Obviamente
tivemos que procurar os personagens que foram e estão sendo os principais
responsáveis pelo desbravamento e pelo desenvolvimento do tango no Rio e, com
eles conversar, aprendendo um pouco mais da estória dessa evolução, para
contá-la à comunidade de adeptos do tango, praticantes e não
praticantes:
Leni
Fiori
formou par com Trajano na década de
40, por cerca de oito anos, tendo se apresentado por toda América Latina,
fazendo shows de tango, desde o Teatro
Solis em Montevideo (Uruguay),
com a Orquestra Típica de Donato
Racciatti.
Depois,
por mais quinze anos, em parceria Leni e Amauri fizeram também muitas
apresentações de tango inclusive em Buenos Aires, dançando com a Orquestra Típica Mi Buenos Aires
Querido, do Maestro Brandon,
usando o pseudônimo de Los
Porteñitos.
Leni,
com Trajano (bailarino
e coreógrafo formado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro) e também com Amauri, foram os primeiros
professores de tango conhecidos.
Leni
também formou parceria de tango por dois anos com o mestre Russo em 90/91.
Leni
conta que começou a dançar aos 10 anos, por influência de sua tia Lena Garcia, cantora de tango do antigo Night and Day, em shows de Carlos
Machado, a qual lhe ensinou a dançar o tango.
Leni
Fiori
tem verdadeira paixão pela dança de salão, em especial pelo tango, mas gosta
muito de samba também. Conta que
antes do tango já era dançarina e fez muitos shows de
samba.
Leni
critica na dança de salão atual, a má postura dos casais, os quais estão
dançando tortos e critica também, a colocação no samba de gafieira, de passos do
tango.
Para
ela o seu estilo de tango é o Criollo-Show e com emoção fala da
criatividade e improvisação, que não se vê muito nos dias de hoje porque em sua
opinião basta ver um casal dançando num baile para se ver a todos, pois dançam
em geral todos iguais, tal como aprendem em academias, sem acrescentarem nada de
si próprios em termos criativos, com raríssimas exceções.
Leni
conta que nos bailes de antigamente se
dançava sempre uma rodada de tango por cerca de 15 minutos, cada um do seu
jeito.
Maria
Antonietta Guaycurús de Souza
que além de renomada mestra de dança
de salão é uma pessoa estudiosa que lê muito sobre o assunto, nos conta que nos anos 20 se dançava o tango de
salão da época, em Belo Horizonte, na Faculdade de Medicina, nos finais de
semana.
Segundo
Antonietta, também em São Paulo, nessa mesma época, se
dançava o tango de salão, enquanto que no Rio de Janeiro o tango da época, era o
tango show, dançado por cerca de dois a três casais somente, em Dancings e
Gafieiras.
Maria
Antonietta
fala ainda, que nos anos 40 na Academia
Morais, onde aprendeu a dançar e tornou-se praticante e professora, havia semanalmente sabatinas de tango, por
cerca de 2 horas. Com orgulho fala de seu professor de tango, o mestre Argentino
Roberto de Aquino nos anos 78/79.
Antonietta
também fez várias apresentações de tango
show, no Brasil e na Argentina, com diversos parceiros e, faz questão de
citar nomes importantes da época no Rio, tais como: Leni/Amauri/Trajano/MarioJorge/Irani/Esquerdina/Jacira(Mudinha),
entre outros e Jorge Paulo, mais recentemente.
Jorge
Paulo foi o idealizador e fundador, em 25/07/1997, do CLUBE DO TANGO DO BRASIL e
do PLANETA TANGO, cuja
sede social, foi oficialmente
inaugurada em 05/03/1998, no Bairro da
Lapa, Rio de Janeiro.
Jorge
Paulo
nos fala de suas duas mais importantes parceiras de tango show, Ângela Loureiro e Marina Salomão. Fala com orgulho de suas
participações em shows, em cinema, Teatro e boites, com destaque para o filme Ópera do
Malandro.
Eric
Mueller, conta que em 1987
ao chegar de Buenos Aires, fora apresentado ao mestre Jaime Aroxa, pelo mestre João Carlos Ramos, Diretor da Cia.
Aérea de Dança, e que em meados de julho daquele ano ministrou um curso de
tango por dois meses na Academia do mestre Jaime Aroxa, ocasião em que
conheceu Jeusa Vasconcellos, que de
sua aluna, veio
a se tornar parceira até os dias de hoje.
Eric
e Jeusa,
mestres de tango, ministraram aulas
no Dance Studio no bairro do Catete
por cerca de um ano 87/88.
Depois passaram um ano fora do Brasil a ao retornarem ministraram por
mais um ano um curso de tango também no bairro do Catete, no Casarão do mestre Oswaldo, em 89/90, onde
surgiram as primeiras práticas de tango por cerca de um
ano.
No
final dos anos 90, na Academia do mestre
Carlinhos de Jesus, Eric e Jeusa também ministraram um curso de 3 meses de
tango, bem como, na mesma época o fizeram no Forró Forrado, no bairro do Catete, sede da Cia. Aérea de Dança, do mestre João Carlos , que junto a sua
Companhia de Dança, fez vários shows de tango em Teatros, no Circo Voador, onde aliás, se
apresentaram também Jaime e Patrícia,
Eric e Jeusa, Paulo e Márcia, Carlos e Alícia, Maria Antonietta com vários
parceiros, entre outros, inclusive nós,
como seus alunos.
Jaime
Aroxa, no início de 1989 começou um curso de tango em sua Academia em Botafogo,
sendo um desbravador das Milongas e de grandes mestres de tango em
Buenos
Aires, promovendo a ida das
primeiras comitivas de brasileiros à Argentina para aprender e desenvolver o
tango, bem como a descoberta de bons mestres de tango, alguns dos quais vindo
ensinar no Brasil, tais como Mingo e
Esther, Alejandra e Norberto, entre outros. Nessa ocasião, como seu aluno tive a sorte de participar de duas
memoráveis jornadas a Buenos Aires em 89 e 90, em grupos de cerca de 40
pessoas entre alunos e professores na companhia, também de Inácio Carvalho, então sócio de Jaime
Aroxa.
Em
1990, Jaiminho,
como é carinhosamente tratado, promoveu
bailes de tango em sua Academia quinzenalmente durante um ano.
Ainda
em 1990,
Dorinha promoveu diversas práticas de
tango, em sua casa, no bairro do Flamengo.
Nesse
mesmo ano, a Dirce, com a ajuda da
Jacy e da Luíza, promoveram no bairro do Humaitá aos
sábados, mensalmente, bailes de tango, no salão de festas do prédio da Dirce, por cerca de um
ano.
Em
1991 no Avatar em Botafogo,
Eric e Jeusa deram um curso de tango
por cerca de um ano, onde também faziam práticas e algumas festas ligadas ao tango. Nessa ocasião comecei a fazer aula de tango
com ambos.
Em
abril de 1992,
Eric e Jeusa, inauguraram o 1º Baile Oficial de Tango, fora das Academias, isto é, num Clube
aberto, no Rio de Janeiro. O Baile
chamado La Milonga, contribuiu decisivamente para o desenvolvimento do tango de salão, a moda genuinamente
portenha, nos seus mais variados
estilos, no Rio de Janeiro.
No
Elite Clube,
o Baile La Milonga permaneceu por
dois anos, também sob a direção de
Paulo Araújo, então
colaborador de Eric e Jeusa, que
assumiu a responsabilidade pela continuidade do baile, nos períodos de viagem de
Eric e Jeusa a Europa e, instituiu
uma Prática de Tango, as segundas feiras,
permanecendo o baile La Milonga, às quartas feiras. Pouco
depois do retorno da Europa, de Eric e
Jeusa, o baile La Milonga, foi
transferido para o Clube Olímpico, em Copacabana, onde permaneceu de 94 a 95 e, ainda em 1995, transferiu-se para
o Clube Gurilândia, em
Botafogo, sob a mesma
organização de Eric e Jeusa, mas, contando também, com diversos
outros colaboradores, nas ocasiões de novas viagens do casal organizador. Foram
eles: Odevaldo, Sergio Maciel, Marcinha,
Luíza, Dirce, Jacy, Plínio, Elis
e Gerson.
O
baile La Milonga, já está
completando 6 anos de existência, caracterizando, assim, a Época Eliteana, na qual nota-se um grande desenvolvimento na forma de dançar o
tango de salão e com um crescente número de adeptos.
O Baile La Milonga,
marcou a
época, do período de maior romantismo do
tango, no Rio de Janeiro, devido ao encantamento e o glamour que o baile
despertava.
Em
1995, surge a prática de tango dos mestres Paulo Araújo e Ângela
Cepeda,
discípulos de Eric e Jeusa, no Lugar
Comum em Botafogo, um local extraordinário que fora
conseguido
graças
a uma iniciativa de Silvia Helena.
As Práticas no Lugar Comum, às
segundas-feiras, permaneceram desde então até hoje muito
concorridas.
Aulas
e práticas de tango, ocorreram por vários meses, na Casa de Dança de Carlinhos de Jesus,
promovidas por Eric e Jeusa e
seus discípulos professores Plínio e
Elis, no ano de 1995, semanalmente às terças-feiras.
Também no Consulado Argentino, sendo
ministradas por Alejandra González, antes com Norberto Esbrez e atualmente com Marcelo Pareja.
Paulo
e Ângela,
não apenas através das práticas, como também pelas suas aulas e viagens em grupo
a Buenos Aires com os alunos (numa das
quais tivemos a oportunidade de ir junto com eles), além de seus shows belíssimos, têm sido dos mais
importantes colaboradores
para o
crescimento e o
desenvolvimento do tango no Rio de Janeiro.
Paulo
nos
fala de seu sentimento em relação ao
tango, sentimento esse que ele demonstra como poucos ao dançar e interpretar
o tango.
“Paulo
associa o tango a própria essência da vida”.
Jaime
Aroxa
reconhece com simplicidade que começou no tango pelo final, isto é, em geral
todos começam do salão para o show e Jaiminho ao contrário era adepto do tango show tendo começado a aprender
tango com Leni. Apenas recentemente, segundo ele,
atingiu a maturidade no tango de
salão. Seus discípulos da
Companhia de Dança, afirma Jaime,
estão dançando com postura elegante e muita musicalidade, o tango de salão e estão muito bem
preparados em coreografias de tango
show, com qualidade excepcional, que os leva a disputar nos próximos meses,
um Campeonato de Tango, na Argentina e o
Mundial de Tango na França, como festividade paralela à Copa do Mundo de
Futebol.
Têm
sido muitos os eventos de tango ultimamente, que têm contribuído para o
desenvolvimento do movimento do tango, no Rio de Janeiro. Podemos citar: Casa de Espanha, Circo Voador, Teatro João Caetano, Caminito - Casa de Tango de Moreira e
Paloma (inaugurada em 12/04/1996), Lugar Comum, Clube da Aeronáutica, Teatro Municipal,
Planeta Tango, entre outros.
Américo
Del Rio e Raquell Mellman, vêm dando grande contribuição ao movimento do tango
no Rio, com a edição mensal, do Boletim Rio Tango, criado, em outubro de
1996.
Em
torno desse movimento, sempre ocorreram eventos marcantes de grande sucesso para
o tango, como o primeiro Gran Salon de
Tango realizado em 1996, no Clube da Aeronáutica e o segundo em 1997 no Teatro
Municipal promovidos por Eric/Jeusa, com a grande colaboração de : Dirce, Jacy e
Sergio Maciel.
Em
12/11/97, Ney e Léa fizeram uma apresentação de tango, no Teatro dos Grandes Atores,
na Barra da Tijuca, pela Companhia de Dança, da Academia Ancestrais Gaia,
Academia essa, onde ambos ministravam aulas de tango e dança de
salão.
Muitas
festas, com bailes de tango, têm sido promovidas ao longo desses anos por
praticantes de tango, tais como:
Aparecida Belotti; Moreira e
Paloma; Léa e Ney; Lourdes; Cláudio e Sônia; Marlene e Percy; Valdeci;
Thaís, Paulo Araújo; Eric e Jeusa,
além de outras.
Em
reportagem publicada no jornal Dança e Saúde de Setembro de 1997, Ney Homero,
discorreu sobre o estágio em que se encontrava o processo de criação de uma
Associação de Tangueiros, no Rio de Janeiro, Sociedade sem fins lucrativos,
visando fortalecer e desenvolver a
prática e a cultura do tango.
A
idéia da criação dessa Associação, surgiu numa festa de tango na Casa de
Lourdes, em São Conrado, em 28/06/1997, num movimento liderado por Ney, que logo
contou com muitos adeptos, tendo sido feitas algumas reuniões e discussões,
inclusive com debates, no 2º Encontro Internacional de Dança de Salão,
organizado e patrocinado por Jaime Aroxa, realizado no Hotel Glória, no Rio de
Janeiro, em julho/agosto de 1997. A associação chegou a ter o seu estatuto
rascunhado, porém, por circunstâncias, não foi fundada ainda, embora os ideais
de sua criação permaneçam vivos.
O
mestre Valdeci, manteve por vários meses a sua Milonga funcionando às quintas-feiras
em Botafogo, na Cantina Calabresa e, com o apoio de Aparecida Belotti, promoveu vários
eventos em sua Academia, em
Copacabana, bem como, na própria casa de Aparecida.
Gerson
e Lucídio,
organizaram uma prática de tango, no
Fluminense, por vários meses.
Ney,
Léa e Ricardo,
organizaram bailes de tango na Boite
Press, na Barra da Tijuca e no Clube Dezessete, aos domingos por
quase todo o ano de 1997.
Norberto
manteve por cerca de um ano na Academia de Jaiminho Aroxa um bailinho de tango
quinzenalmente, o qual tem a frente hoje, o casal Guilherme Pimentel e Renata
Ferreira.
Inácio
Carvalho, na Academia Maria Antonietta,
manteve por vários meses, com o apoio de Paulo Araújo, um baile de tango
mensalmente no último sábado de cada mês.
E
para dar uma idéia de alguns nomes dos mais antigos alunos de tango, da Época pré-Eliteana, muitos dos quais
mestres de hoje os citaremos a seguir, pedindo desculpas de antemão por qualquer
esquecimento, o que iremos reparar na próximas oportunidades, fazendo justiça,
bastando para tanto nos procurarem. São eles: Eden, Gerson, Marcinha, Yuri, Dorinha,
Armandinho, Bia, Bianca, Patrícia, Karina, Fernando, Marcelo, Kátia, Isnard,
Liana, Léo, Celso, Érico e Raquel, Adílio, Daniela Escudero e Rogério Mendonça,
Rubens Feijão, Rafaela e Marquinhos, Inácio e Cláudia, Juçara, Berenice, Dirce,
Grayce e Camerino, Luiza, José Dib, Nilce, Sérgio, Sônia e Cláudio, Lourdes, Ney
e Léa, Rubens, Neide Aparecida e Almir, Manolo e Ana, Paulo e Ângela, entre
outros, muitos dos quais em atividade até os dias de hoje, na prática do
tango.
Dá
para se notar, que o tango já é um movimento tão forte, que muito há para se
contar e não dá vontade de parar de falar. Mas vamos deixar para as próximas
oportunidades e por hora vamos ficando por aqui com as nossas
milongas.
**********
De Julho de 1998 a Dezembro de
1999, final do século XX.
Caracteriza-se
pelo grande número de eventos de tango; pela modernização da comunicação,
através da mídia eletrônica, via Internet, na home page da AGENDA DA DANÇA DE SALÃO
BRASILEIRA, criada e mantida por Marco Antônio Lemos Perna, principalmente pelas
listas de discussão dessa Agenda que são: A lista da dança de salão e a lista do
tango.
Também
pela home page TANGO BRASIL, criada e
mantida por Alex e Flávia Valente,
bem como pelo Boletim RIO-TANGO, criado e mantido por Américo Del Rio e Raquel
Mellman e pela REVISTA PLANETA TANGO, editada pelo CLUBE DO TANGO DO BRASIL,
idealizado e fundado por Don Jorge Paulo, com sede na Lapa, Rio de
Janeiro.
Inauguração
em 08/08/1998, do
BAR
TEMÁTICO DE TANGO DE NEY E LÉA,
na cob. de sua residência, na Barra da Tijuca, com um baile de tango, shows e
apresentações de dança, com a presença de ilustres milongueiros dentre os quais,
a
grande mestra argentina de tango,
Graciela
González.
Fundado
em 03/04/1999 o
ESPAÇO
CULTURAL, CAFÉ XANGÔ,
por
Paulo Araújo
e a manutenção de um baile de tango semanalmente às sextas feiras, no local, que
já
se tornou tradicional.
O
grande destaque desse final de época foi o grande baile realizado em 03 de abril
de 1999, no Clube Militar no Rio de Janeiro com duas Orquestras Típicas: A
famosa Orquestra Típica de Tango, Argentina, de Jorge Dragone e a famosa
Orquestra Típica de Samba,
Brasileira, a Orquestra Cuba Libre, promovido por Eric Mueller e Jeusa
Vasconcellos, com a colaboração de Paulo Araújo.
Realização
de bailes mensais por Aparecida Belotti, em seu espaço de tango em sua
residência, evento que se tornou uma nova tradição no movimento do tango do Rio
de Janeiro.
Realização
do 1º Concurso Carlos Gardel de Tango Amador,
patrocinado pelo Consulado
Argentino,
com o apoio das Aerolíneas
Argentinas,
no mês de junho de 1999, no Shopping
Barra
Garden,
sob a organização de Marcelo
Pareja e Alejandra
González.
Realização
da festa de aniversário de Léa
na Barra da Tijuca, no Clube
Paladar,
no Shopping Downtown
em 08/08/1999, com belíssimos
Shows de Tango e Chorinho,
apresentados por Valdeci
e Cristina, Egídio e Neuza e Rogério Mendonça e Daniela
Escudero.
A
proliferação de um grande número de bailes, se tornou tradicional, como: o de
Aparecida
Belotti – mensal; o
de Guilherme
e Renata, na Academia Jaime Aroxa
– quinzenal; o de Egídio e Neusa na Academia do
Egídio –
quinzenal; o
de Bob Cunha e Aurya, na Academia do
Bob
– mensal; os de Márcio
Carreiro, na Academia Moragas(encerrado); na Academia do Jimmy e recentemente, no
Beco da Bohemia –
mensal e quinzenal; o do Planeta
Tango
de Jorge
Paulo,
todos os domingos; os da Casa
de Cultura
LUGAR
COMUM, de Samuel, Rita e Lourdes, por
Paulo
Araújo
– todas as segundas feiras e no último domingo de cada mês; os de Ângela
Cepeda, no Hotel
Atlântico Pálace, em Copacabana,
na
Prelude e no Antonino’s da Lagoa (os
dois últimos, já encerrados),
semanais;
o de Marlene,
no
VILLAGE/Barra(encerrado);
além de outros, não tão regulares, mas que ocorrem eventualmente, promovidos por
Gerson
e, tradicionalmente, na casa de Lourdes;
na casa Inácia;
na casa de Thaís; no CAMINITO
- de Moreira e Paloma, no
Centro
da Cidade
e também em sua casa de Petrópolis
e, no BAR TEMÁTICO DE TANGO de Ney Homero e Léa, entre
outros.
Realização
de diversos workshops de tango com mestres argentinos famosos tais como
Osvaldo
Zotto e Lorena Hermocida e Alejandro Sanguinetti e Karin Solana, após o grande
baile promovido por Cláudia Castañon, no Clube dos Democráticos, em meados de
1999.
Ocorreram
ainda, vários eventos especiais de tango em datas comemorativas, como o aniversário de Valdeci
de Souza
no Clube
Sírio e Libanês;
aniversário de Aparecida
Belotti
em
seu famoso espaço de dança de sua residência, além
de outros, como o baile anual de tango que foi realizado no Leme Tênis Clube,
promovido por Paulo Araújo. Baile esse, já tradicional, realizado em anos
anteriores, na Casa da Suíça, no Catete e, no Clube Marimbás, em
Copacabana.
Realização
em 08/12/1999, do grande baile de aniversário de Sérgio
Maciel
com sua parceira Patrícia,
no Restaurante/Boite,
Maxims,
com dois shows maravilhosos, um de samba com Sheila
e Chocolate
e outro de tango com Miguel
Zotto e Soledad Rivero.
No
transcurso dessa época, tivemos o falecimento de dois grandes e tradicionais
tangueiros, assíduos frequentadores de bailes, que foram, o Ézio e o
Constantino.
Todo
esse leque de eventos e muitos outros, vêm contribuindo em muito, para a
consolidação do movimento do tango no Rio de Janeiro, tornando possível dançar
tango, todas as noites, na cidade e, nos mais diversos bairros do
Rio.
**********
TERCEIRA
PARTE
Época
Moderna
Tem início
em janeiro do ano 2000 – Começo do Século XXI
Caracterizada
pelo crescente número de novos locais para se bailar o tango. Época de constante
desenvolvimento do já consolidado movimento do tango e do crescente número de
novos adeptos.
Realizado
em 08/01/2000 o encontro nacional de professores de dança de salão de diversos
estados do Brasil, no Bar Temático de Tango de Ney/Léa com o apoio da lista de
discussão da Agenda da Dança de Salão por Marco Perna. Nesse encontro, além do
tango o tema central foi o zouk/lambada.
Fundação
do INSTITUTO BRASILEIRO DO TANGO, com o baile de lançamento em 20/01/2000,
realizado no Leme Tênis Clube, sendo Percy Soares, o seu
criador.
Esse
período se inicia com o falecimento da tangueira, Léa Rocha, em 28/01/2000, e
com a criação de uma música em sua homenagem, numa parceria de Ney Homero Rocha
e Ubirajara Silva, intitulada, Milonga da Estrêla Tuca, a qual foi lançada
oficialmente, com sucesso, no Lugar Comum em 30/04/2000, tendo sido prontamente
incorporada ao repertório musical dos bailes de tango do Rio de
Janeiro.
Prosseguem
os bailes comemorativos, com destaque para: Aparecida Belotti, no Café Xangô,
Moreira/Paloma, reabrindo o Caminito, Paulo Araújo, no Clube Dezessete, Márcio
Carreiro, de volta a Boite 3º Milênio(além de seus bailes regulares de tango:
quinzenais, no Beco da Bohemia e mensais na Academia do Jimmy) e Valdeci, com o
seu grande baile de aniversário, no Clube Sírio e Libanês.
Apresentação
no mês de fevereiro de 2000, em todos os finais de semana, do excelente show teatral, denominado "Bandoneon e Bolero", no Teatro Cacilda Becker, pela Companhia de Dança, de João Carlos Ramos, o qual foi o responsável
também, pelo roteiro e pela direção do show, que alcançou grande sucesso e
repercussão na mídia.
Apresentação,
também no mês de Fevereiro de 2000, em várias oportunidades, no Teatro do SESC - Tijuca, da peça intitulada. "O Homem, a Mulher e a Música" - Roteiro e Direção, de Jaime Aroxa, com grande elenco, da Companhia de Dança de
Jaime Aroxa, professores e alunos. Nesse excelente show teatral, a ênfase
maior dada por Jaime, foi para o tango e a peça, de agrado geral e muito
sucesso, foi reapresentada, no SESC de
Nova Iguaçú, bem como nos Teatros
Cacilda Becker, e Carlos Gomes
nos meses de maio e julho, com programação para outubro, no SESC de São Gonçalo e novembro no SESC de São João de
Meriti.
O
ponto alto desse início de época ficou por conta da vitoriosa e consagradora
tourné pela Europa (Noruega, Espanha e França), no mês de abril do ano 2000, do
Maestro de Tango, o talentoso Blas Rivera, acompanhado pelo casal Paulo Araújo e
Laure, fazendo exibições e ministrando aulas de tango. Nessa mesma ocasião, a
tangueira Neuza, foi a Paris, a convite, para ministrar aulas de
samba.
Lançamento
no dia 3 de maio de 2000,
na sede do Consulado
Argentino,
do livro
intitulado:
"Tango
Uma Possibilidade Infinita",
de autoria de Hélio
de Almeida Fernandes,
como resultado de um profundo trabalho de pesquisas e estudos, ao longo de 10
anos, no qual o autor disponibiliza, com riqueza de detalhes, em
português, a história evolutiva do tango argentino.
Novos
espaços de bailes vão sendo inaugurados
em meados do ano, tais como: o
Nuevos
Aires
Tango, no "Far Up”, Cobal do
Humaitá,
aos cuidados de Ângela
Cepeda,
Javier/Patrícia
Cruz e Alex/Flávia,
mensalmente às terças feiras (segunda do mês), e na Estudantina
Musical,
aos cuidados de Sérgio
Maciel/Patrícia e Clara,
todas às quartas feiras.
Apresentação
de Show de Tango Instrumental e
Dança, no Teatro Municipal de
Niterói em 05/08/2000, show esse,
consagrado na Europa no mês de março desse ano, contando com a participação,
além de Blas Rivera, Diretor e
apresentador, ao saxofone, de Ana
Oliveira no violino e Carlos
Janibelli ao piano, com o casal Paulo Araújo e Laure Quiquempois, na
coreografia da dança.
O
show lotou o Teatro completamente, e foi aplaudido de pé, tendo sido inclusive,
mostrado em parte, na semana seguinte, no programa Viva o Gordo de Jô Soares - na TV Globo,
ocasião em que Blas Rivera, foi entrevistado, por Jô Soares.
Lançamento
do livro de poesias sobre tango,
intitulado "Que Sé Yo" de André Sampaio Carvalho, no dia
19/08/2000, na Academia Maria
Antonietta, de Inácio Carvalho e Márcia, seguido de um coquetel e shows de
dança, por diversos dançarinos, homenageados por André
Carvalho, em suas poesias, as quais denomina "Ecceidades no
Tango".
Conclusão
da digitação do livro sobre o tango no Brasil, de autoria de Ney Homero S. Rocha, intitulado: "Tango Uma Paixão Porteña no Brasil", no qual o autor,
em depoimento histórico, retrata a evolução desse movimento, desde o Rio da Prata ao Brasil, com ênfase no Rio de Janeiro, onde o
movimento tem sido mais forte e, estendendo-se por todo o
país.
O
livro não é apenas um documento
histórico, mas também uma história
romântica, apaixonante e sentimental, na qual o autor, em uma síntese de sua própria
autobiografia, retrata a sua história de paixões pelo tango, no movimento vivo
do tango que vem acontecendo no Brasil, bem como, retrata, todos os principais
personagens que estão vivendo e escrevendo essa história, no Brasil, as
contribuições que vêm dando ao movimento e, por fim, conclui com a simbiose
existente entre o tango e a vida, a vida e o tango.
O
livro "Tango Uma Paixão Porteña no Brasil", tem o seu
lançamento oficial, previsto para
novembro/dezembro de 2000, ocasião em que deverá ser feito também, o relançamento da música intitulada "Milonga da Estrela Tuca" de autoria de Ney Homero Rocha e Ubirajara Silva, em
homenagem póstuma a Léa de Almeida
Rocha.
Novas comitivas de aficionados pelo tango, do Rio de Janeiro, São Paulo e
de outros
estados
do país, já estão com viagens agendadas a Buenos Aires, e em setembro
próximo partirá o grupo de Paulo Araújo, do qual também estaremos
participando.
Assim
a historia se repete e o movimento do tango, cada vez mais se fortalece em todo
o país,
verificando-se na ocorrência de vários
eventos simultâneos, que o crescimento do movimento do tango, no Rio de Janeiro
e no Brasil é inequívoco, e uma realidade nacional.
**********
Participação
de Brasileiros em Shows, em Buenos Aires e no Rio de
Janeiro
Em
toda a época recente do desenvolvimento do tango no Rio de Janeiro, têm sido
inúmeras as visitas de brasileiros a Buenos Aires, tanto para praticar e bailar
o tango, nos mais diversos salões, quanto para tomar aulas de tango em grupo e
particulares, com os mais renomados professores, como também, para assistir a
shows de tango de gabarito internacional.
Em
muitas dessas ocasiões estive participando desses grupos e pude assistir a
apresentações de brasileiros, nos salões de bailes argentinos, dançando tango,
samba, chorinho, lambada com muita plástica e beleza, arrancando aplausos
efusivos da platéia. Lembro-me de ter assistido: Jaime Aroxa e Patrícia, dando
maravilhosos shows de tango, samba e lambada; Paulo Araújo e Ângela Cepeda com
belíssimos shows de tango; Valdeci de Souza, com belíssimos shows de chorinho,
Marcelo e Vanessa Galvão, com belíssimos shows de samba de gafieira e, também
tivemos notícias de belos shows de chorinho, apresentados por Valdeci de Sousa e
Cristina Ramos.
Sem
falar do brasileiro Júnior, mestre de tango, radicado na Argentina, hoje
considerado um dos maiores expoentes do tango a nível mundial, o qual se
apresenta nos bailes de Buenos
Aires, sempre de forma extraordinária, com as suas parceiras, de preferencia com
a Sílvia, de origem Argentina. Júnior teve desempenho destacado no filme Tango,
de Carlos Saura e participou de uma tourné mundial, dançando com a Companhia de
Júlio Iglésias, em 1999.
Léa
e eu também fizemos apresentações de tango em Buenos Aires, no Club Social Rivadavia, em setembro de 1994, bem como
nas ruas e na praça de San Telmo, na famosa feira de artesanato e antiguidades,
que se realiza todos os domingos, nos apresentando ao público, com o famoso
casal de amigos, Pochi e Osvaldo. Desses eventos, guardo uma grande documentação fotográfica e
filmes.
No
Rio de Janeiro, além dos já citados expoentes da dança, em particular do tango,
que se apresentaram com sucesso, em Buenos Aires, destacam-se os casais: Valdeci
de Souza e Cristina Ramos; Egídio e Neuza; Bob Cunha e Aurya; Marcelo Martins e
Vanessa Galvão; Márcio Carreiro e Vanessa; Plínio e Elis; Javier Amaya e
Patrícia Cruz; Alex e Flávia; Álvaro Reis e Ângela Cepeda; Guilherme Pimentel e
Renata Ferreira; Isnard e Liana/Mariana; Rogério Mendonça e Daniela Escudero;
Jaime Aroxa e Bianca Gonzáles; Paulo Araújo e Laure; Eric e Jeusa, e
outros.
Atualmente,
o intercâmbio do Mercosul cultural, vem propiciando a vários brasileiros
ministrarem aulas de samba de gafieira, chorinho, lambada e música bahiana em
Buenos Aires, abrindo um importante mercado, não apenas para os profissionais do
Rio de Janeiro, como também os de: São Paulo, Belo Horizonte, Florianópolis,
Porto Alegre, Recife, Fortaleza, Salvador, além de outras capitais e interior de
estados Brasileiros, que estão tendo processo similar ao Rio de Janeiro, no
desenvolvimento do tango, seguindo caminhos semelhantes.
Tudo
o que esta sendo feito pelo movimento do tango e, que por certo será feito muito mais, tanto
no Rio de Janeiro, como também, em todo o Brasil, seja através de intercâmbios, shows, peças teatrais,
bailes, workshops, palestras,
aulas, eventos comemorativos,
eventos culturais, criação de poesias,
composição de temas musicais, criação de livros, organização de
associações de tangueiros, criação de home pages na Internet, programas
musicais de rádio e televisão e também, com o importante trabalho, feito por
profissionais dedicados, com crianças e adolescentes, tais como, os
desenvolvidos com muito, amor, carinho, competência e, sobretudo, com muito
sacrifício, por Raquel Mesquita, Álvaro Reis, Bob Cunha e Aurya, além de outros,
servirão, não apenas para solidificar cada vez mais a cultura do tango no nosso
país, mas também, para estreitar os laços de amizade entre os povos, argentino e
brasileiro.
Procedimentos
semelhantes, certamente irão ocorrer na cultura brasileira, de nossa música,
ritmos e dança, principalmente do
chorinho e do samba de gafieira, que são muito apreciados por nossos irmãos
argentinos e, que serão com toda a certeza, uma razão de semelhante intercâmbio
cultural, para o país amigo e vizinho, nos próximos anos.
Não
existem fronteiras, e nem barreiras que impeçam esse imenso e profundo,
intercâmbio cultural, que ora, está ainda, apenas em processo de gestação, pois o amor e a
paixão dos brasileiros pelo tango argentino e o gosto crescente dos argentinos
pelas coisas do Brasil, superam até
as rivalidades futebolísticas e todas as demais dificuldades, acontecendo tudo
naturalmente, num processo histórico e transcendental.
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©
Ney Homero da Silva Rocha
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Bar
Temático de Tango: