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Editorial edição 82 A

Milton Saldanha

Depois do Rio e Florianópolis, é hora de se pensar num grande encontro nacional de dança de salão 

Florianópolis e Rio de Janeiro foram sedes nos últimos dias de dois grandes eventos de dança de salão. Sem receio de incorrer em exagero, podemos afirmar que tanto o I Baila Floripa - ......... como o ............. foram momentos históricos e marcantes para o nosso meio, sobretudo em Florianópolis, que quebrou de uma vez por todas com a equivocada idéia de que só no eixo Rio-São Paulo gravitam os grandes acontecimentos da modalidade. A qualidade dos dançarinos de Floripa é indiscutível. Aliados aos seus convidados, eles mostraram não apenas que sabem quase tudo de dança, mas principalmente que fazem isso com grande personalidade, desprezando dogmas e rejeitando regras estereotipadas.

O público de mil pessoas que lotou o Teatro ................ só não foi maior porque a direção do teatro não permite, e com toda razão, por motivos de segurança. A imprensa local, que compareceu em massa, teve que se contentar em ficar em pé junto às paredes laterais, com fotógrafos disputando cantinhos na beira do palco. Esse detalhe foi uma das raras falhas de organização. No próximo encontro sugerimos que as primeiras fileiras sejam reservada aos fotógrafos e repórteres credenciados. Tirando isso, e algum outro eventual detalhe a ser corrigido, e nossa nota ao Baila Floripa é dez. Os organizadores, da ACADS – Associação ............., estão de parabéns e faço questão de declinar aqui seus nomes: .....................

No Rio, Edézio Paz, do jornal .............., conseguiu a proeza de reunir pessoas e grupos que raramente dividem o mesmo espaço, exceto em alguns bailes, como o já célebre Baile do Kiko, anual.

O êxito e o brilho dos dois eventos conduzem à natural idéia de se fazer um grande evento da dança de salão brasileira, com pessoas de todos os Estados. Idéia que ninguém pode abraçar sozinho, devido ao porte, complexidade e custo do projeto, sob pena de passar pelo maior fiasco da sua vida. A proposta tem que partir de uma aliança de todas as publicações de dança, academias de todo o país, associações, patrocinadores e principalmente instituições públicas de sensibilidade cultural. Isso exige verba, um belo teatro, som e luz, acomodações para hospedagens, esquema de alimentação, cooperação de empresas aéreas e rodoviárias, etc. O primeiro passo, no meu entendimento, seria que um município assumisse a paternidade do evento, como ocorre em Joinville. E por que não o próprio Joinville, que além do amor e respeito à dança já tem toda a estrutura e experiência com eventos de grande porte?

Qualquer cidade, principalmente de vocação turística, só tem a ganhar quando incorpora novidades ao seu calendário anual de eventos. Perguntem ao comércio e principalmente aos hotéis de Joinville se eles querem o fim do Festival de Dança. Hoje isso teria forte impacto nos índices econômicos do município. 

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