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 Jornal Dance completa 9 anos

Neste julho, totalizando 95 edições (in-cluindo uma não numerada), o jornal Dance completa 9 anos. A primeira edição, só em preto e branco, com 8 páginas e seis anúncios, impressa na gráfica da "Folha de S.Paulo", foi lançada em 1994. O primeiro anunciante foi Celso Vieira, divulgando a então academia Maria Antonieta.

O surgimento do jornal, primeiro no Brasil especializado em dança de salão, foi uma surpresa. A aceitação foi notável e imediata. A idéia tinha sido mantida em segredo durante um ano, enquanto era pesquisado e montado o primeiro roteiro, com 112 indicações de lugares para dançar, em São Paulo e ABC, além de uma listagem com 37 academias e professores autônomos de dança. Esse trabalho, que pela primeira vez revelou o perfil e o porte da dança de salão na Grande São Paulo, pois até então não havia informações disponíveis, permitiu que o fundador e editor, Milton Saldanha, percebesse também o potencial do mercado, onde ampliaria e consolidaria a presença do jornal e buscaria seus principais anunciantes. Hoje, mantendo a tradição da surpresa aos leitores, cada capa é sempre um segredo. Os personagens focalizados assumem o compromisso de não contar a ninguém que estarão na página mais nobre. Por essa mesma razão, de surpreender, a capa não segue padrão rígido no lay-out. Até o logotipo muda de cor, tamanho e lugar, sempre que possível ou necessário.

A edição Nº 2 foi o grande pulo do gato, com a contratação do jornal pelo publicitário Francisco Ancona Lopes para promover o I Cruzeiro ao Prata, no navio Eugênio Costa, que já foi desativado. As aulas de dança de salão e shows eram de Ricardo Liendo e seu grupo, formado por três casais. Era início de carreira de Karina Carvalho (ex-capa do Dance) e de Adriana Cavalheiro. Dançavam também Elaine, Edson e Anderson. Foram impressos 15 mil jornais, contendo um encarte colorido de 4 páginas, onde se contava tudo sobre o navio e a dança a bordo. Escolhido por sorteio, para representar os promotores de bailes, Jovino Garcia, do Avenida, foi convidado para acompanhar Milton Saldanha na viagem de 12 dias a Buenos Aires. Além de uma banda italiana, tocava a David Costa Band, que estreitou relações com Jovino e mais tarde animaria muitos bailes do Avenida. A promoção permitiu que o jornal começasse a se equipar, adquirindo em poucos meses desde mesas e cadeiras a computadores, mais um telefone e fax (naquele tempo eram caros), equipamento fotográfico profissional e uma pick-up Fiorino com baú, zero km, capaz de suportar o grande volume de jornais. No início, usando um velho carro de passeio, a distribuição tinha que ser feita em várias etapas.

O nome do jornal foi crescendo, as viagens se multiplicando, várias com a participação também do repórter Rubem Mauro Machado, radicado no Rio. Dance chegou nos mais variados pontos do Brasil, do Nordeste ao Rio Grande do Sul, inclusive em distantes cidades do interior. Esteve na famosa Bienal de Dança de Lion, na França. Deu roteiros dançantes apurados in loco no Rio, Fortaleza, Salvador, Brasília, Buenos Aires e outras cidades. Esteve recentemente em Recife e muitas vezes em Joinville, Florianópolis, Porto Alegre, Rio de Janeiro. Em Curitiba, produziu uma edição especial sobre a diversidade da forte dança local, com 10 mil jornais distribuídos na cidade. Mostrou Itaúnas, capital do forró, no sul da Bahia. Viveu verdadeira aventura para contar como é o menor festival de dança do Brasil, em Salete, na bela e distante região do Alto Itajaí, em Santa Catarina. Cobriu um polêmico Santa Maria em Dança, exatamente no centro do Rio Grande do Sul, quando se registrava o mais rigoroso inverno dos últimos dez anos. E vai por aí, entre outras tantas viagens que tornaram Dance realmente um jornal conhecido dentro e fora de São Paulo. E, mais do que isso, respeitado e prestigiado.

Sem nenhuma campanha agressiva, apenas com a adesão espontânea dos leitores, o jornal ganhou assinantes das mais diversas cidades brasileiras, grandes e pequenas. Recentemente, em memorável festa no Avenida Club, foi lançado o site que reproduz as matérias da edição impressa, de 10 mil exemplares. O site ainda está em fase de ajustes, mas já é possível, em qualquer parte do Brasil, ou do exterior, ler Dance na Internet, sem nenhum custo. Os parceiros na Internet são a Agenda da Dança de Salão Brasileira, do Rio, de Marco Antonio Perna, e a Page Free Design, de Eduardo Viana, em São Paulo.

Milton Saldanha Jornalista

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