Uma mulher bonita, e que se chama Amar. Pode? Um felizardo diz que sim, mas só a ele. É o maridão Carlos Rocha, casado com Heloísa Paula Cristina Marcondes Albuquerque Amar (ufa!), ou simplesmente Heloisa Amar, que como viram é nome natural e não artístico. No final deste maio eles inauguram a ZoukCaribe Nights, casa de dança, em Moema, o mais novo e também mais ousado empreendimento do casal, que já tem a Star Dancing Co, academia de dança de salão, e uma fábrica de lendária marca internacional de malas, com design antigo e cheia de adesivos para atiçar o imaginário das grandes viagens cheias de aventuras. Não é mero acaso: a vida deles, muito antes de se conhecerem, foi exatamente assim, com muitas andanças pelo mundo.

Carlos trabalhou com comércio exterior, rodou o globo, e chegou a morar no sul da Índia, onde conheceu e se aprofundou na filosofia budista, aderindo ao Hinduísmo. Tornou-se vegetariano e praticante de Bakthi Yoga, que agrega também uma modalidade popular de dança. Heloísa morou nos Estados Unidos e na França. Sua vocação para línguas estrangeiras transformou-a em professora de inglês, francês e espanhol, além de ter estudado também alemão e italiano. E que ninguém se meta a besta com a moça: praticou capoeira por dois anos e hoje é adepta do – o quê?... Boxe!

Mas não se preocupem, brincadeiras à parte, Heloisa Amar é doce, elegante, encantadora. Só podia mesmo ter casado com Carlos, pessoa gentil e de muitos amigos, cuja vida fugia dos padrões comuns. Viveu no início dos anos 70 a explosão do movimento hippie, morando em repúblicas e comunidades alternativas. Quem viu o musical Hair (filme e teatro) pode ter uma idéia do que foi isso. Nascido lá na fronteira do Brasil com o Uruguai, em Santana do Livramento, RS, aos 17 anos se mandou para São Paulo, em busca da grande aventura de viver intensamente. Foi morar em Santos, onde se casou em 1978. No ano seguinte mudou-se para Embus das Artes, onde nasceram os filhos Tatiana, Alexandre e Radharani.

Enquanto isso, Heloísa, nascida em São Paulo, chegava aos 5 anos de idade. Neta do maestro Ary Vieira Albuquerque, fundador da Orquestra Sinfônica OSAAS, desde cedo revelava seu talento para a música e dança. Cresceu pedindo aos pais aulas de piano, violão, balé clássico e jazz. Alicerçou aí a base do seu profissionalismo em dança, que hoje exerce em paralelo com o ensino de idiomas. Guerreira e inquieta, formou-se também em Publicidade e Propaganda (1995) e fez pós-graduação em Administração de Marketing, na FAAP (1997). Em San Francisco, Estados Unidos, freqüentou na universidade cursos de extensão em Astronomia, Business Management e Web Designer.

Carlos Rocha, naqueles tempos, ou pouco antes, estava exatamente do outro lado do oceano. Depois de correr todo o Brasil, trabalhando no comércio atacadista do Ceagesp, tinha iniciado em 1982 uma série de viagens internacionais. Ficou 20 anos viajando com freqüência pela Ásia. Seu passaporte ostenta carimbos de lugares como Korea, Thailandia, Singapura, Indonésia (Bali, Java, Sumatra), India, Hong Kong (antes da unificação com a China), países europeus, Estados Unidos e América Latina. Chegou a ter uma empresa na India. Em 1989, depois de dois anos separado, casou pela segunda vez e teve mais dois filhos, Rafael e Ana Paula.

Heloísa estava nos Estados Unidos havia dois anos, tudo ia bem, quando surgiu um grave problema: foi detectado que tinha um aneurisma cerebral. Teve que retornar ao Brasil, às pressas, para submeter-se à uma radiocirurgia. Passado o pesadelo, voltou às casas de dança, elegendo o antigo Lambar, no Itaim, como sua preferida. Foi lá que conheceu e se tornou fã de zouk.

Carlos, agora em andanças de negócios pelos Estados Unidos, aproveitava para freqüentar shows e eventos internacionais de dança. Aderiu de alma e corpo aos ritmos caribenhos, mas aproveitava para exibir também aos gringos e latinos as maravilhas dos ritmos brasileiros.

No início de 2000 Heloísa continuava solteira e Carlos estava novamente divorciado.

O senhor destino preparava um encontro deles em Porto Seguro, onde iriam se conhecer. Mas por pouco não deu tudo errado. A falida Ali Turismo, onde Heloísa comprou seu pacote, aplicou um golpe nos clientes. Quebrou e não devolveu o dinheiro das passagens. Decidida a viajar, ela comprou de última hora o último lugar ainda disponível em outra agência. Se não tivesse viajado, os fatos certamente seriam outros.

Era um show de zouk. Carlos viu quando a moça subiu ao palco e improvisou com os apresentadores, arrasando. Não tirou mais os olhos dela. Até hoje.

Milton Saldanha

São Paulo ganhará no final de maio a ZoukCaribe, espaço de dança, em Moema, de Carlos Rocha e Heloísa Amar, que reúne as tendências internacionais da dança com o charme latino. Ancorada na onda mundial da salsa, reforçada agora pela novela Cubanakan, a casa estará privilegiando este ritmo nas noites de sábados, intituladas como Salsa Caliente. A decoração é temática, em ambiente intimista, procurando recriar o clima das noites românticas caribenhas.

Mas nada será radical. Aos domingos, por exemplo, mesclam o zouk e a salsa com samba de gafieira, samba rock, forró, pagode, oferecendo ainda apresentações de diversas danças. Nas sextas, haverá a noite Zouklove, ritmo tradicional de Guadalupe e Martinica, que vem ganhando adeptos mundialmente.

Personalidades de reconhecido prestígio na dança de salão vão compor o quadro de parceiros da ZoukCaribe, com aulas e shows, como o casal Maurício Butenas e Karina Carvalho, Lygia Carcavallo e Alessandra Avanti. O espetáculo de inauguração, em data ainda a ser definida, será com Maurício e Karina.