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Carlinhos de Jesus inicia polêmica

- Gente, eu não agüento; eu vou ter de falar sobre uma coisa que está me incomodando desde o início da competição – disse Carlinhos de Jesus, apoderando-se do microfone do animador Sérgio Gusmão. E, naquele momento, deu início a um dos momentos mais polêmicos do evento de Recife.

Em primeiro lugar, Carlinhos reconhece que a competição, ao atingir sua terceira edição, vem crescendo de ano para ano.

- Na verdade, guardada as proporções, com este evento Recife dá um banho no Rio e São Paulo. E ao fornecer informações novas, de que o Nordeste é carente, ele proporciona que os dançarinos e grupos locais cresçam em qualidade e criatividade. Tem havido uma melhoria constante do nível dos competidores, desde a primeira edição.

Mas o que incomoda aquela que foi sem dúvida a maior estrela presente ao campeonato, como um dos integrantes do júri? É uma coisa que Carlinhos diz estar se tornando uma constante não só lá mas em todas as disputas de dança por este Brasil afora.

- Malabarismos estão tomando o lugar do simples ato de dançar. Os competidores esquecem-se de que não estão num palco e sim numa disputa de dança de salão e vemos coisas como um dançarino de bolero dar as costas à sua parceira num determinado momento. Ora, bolero pressupõe proximidade, o dançar junto; e rodar o salão. Eu mesmo jamais faço num salão coisas que faço numa exibição de palco. Acho que está havendo um desvirtuamento. Nas competições de balé, por exemplo, as regras são extremamente rigorosas. Talvez nas disputas de dança de salão devesse também ser assim. Mas quero deixar claro que esta é meramente uma opinião pessoal e que não sou dono da verdade.

O pronunciamento de Carlinhos de Jesus foi apoiado na hora por outro integrante do júri, o dançarino Vitor Costa, e por pessoas da coordenação do evento. Mas não obteve unanimidade. Alguns dançarinos ouvidos informalmente pelo jornal Dance acham que esse ponto de vista é altamente discutível e que um campeonato, ainda que intitulado de dança de salão, não se confunde com um baile e deve dar espaço a ousadias e inovações, inclusive para não se tornar monótono e repetitivo e para estimular a criatividade.

O debate está aberto.

 

Milton Saldanha

Jornalista 

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