Bastou um ano para ele passar de aluno a professsor. Dono de um gingado invejável, não demorou muito e lá estava ele abrindo sua própria escola de dança de salão. Hoje, Jimmy conta com cerca de 600 alunos em sua academia na Glória, e já anuncia a inauguração de sua primeira filial, no Méier. Nesta entrevista, ele conta um pouco de sua trajetória. E afirma, sem falsa modéstia, que seus alunos têm um aproveitamento melhor em função de sua didática prática e objetiva.
- Quando e como você descobriu que o seu caminho era a dança de salão?
- Meu primeiro contato com a dança de salão foi em 1968, em um baile no Clube Municipal. Naquela oportunidade assisti a uma apresentação de um grupo de dança e fiquei deslumbrado com a performance dos dançarinos. Como já tinha praticado outros estilos de dança, descobri que poderia ter um bom aproveitamento se resolvesse me dedicar a essa arte também.
- Conte-nos um pouco sobre os seus primeiros passos na dança.
- Paulista foi o meu primeiro professor de dança de salão, por apenas dois meses. Logo conheci a academia Maria Antonietta, onde Jaime Arôxa, junto com Stelinha, ensinava o que existia de mais interessante no gênero. A única dificuldade que encontrava era na integração com o grupo. Eu percebia que, de alguma forma, eu me destacava, e isso a alguns incomodava.
"Com um ano
de curso, encerrei
minha fase de aluno
e passei a desenvolver
meu próprio estilo
e didática"
- De que forma se deu sua ascenção de aluno a professor?
- Com seis meses já criava alguns passos e percebia uma certa facilidade de assimilar e transmitir essas informações para outros dançarinos. Assim, com um ano de curso encerrei minha fase de aluno de academia e passei a desenvolver meu próprio estilo e didática.
"Meus alunos
aproveitam melhor
seu investimento
em minha academia.
E a maior prova
disso é que no
último concurso
de que participamos
arrematamos
os primeiros
lugares"
- O que dizer do período de professor e dono de academia?
- São duas fases que com certeza qualquer bom profissional da dança experimenta. É bom ser professor; mas é ótimo ser professor em sua própria academia.
- Fale-nos sobre sua academia.
- Hoje, o centro de dança que dirijo com cerca de 600 alunos é o resultado do trabalho que desenvolvi. Meus alunos obtém um aproveitamento melhor em função da minha didática prática e objetiva. Pode-se dizer que dançam mais rápido, aproveitam melhor seu investimento em minha escola. E a maior prova disso são os concursos de dança. No último de que participamos arrematamos os primeiros lugares.
- Quais os cursos mais procurados em sua academia?
- Em todos os cursos temos uma boa procura. Há sempre uma curiosidade maior pelos cursos específicos de samba de salão.
- Como você analisa a dança de salão no Rio?
- Entendo que o Rio é a referência nacional da dança de salão. Os melhores e mais expressivos profissionais trabalham em nossa cidade. Aqui começaram suas carreiras e difundiram junto à população uma vontade cada vez maior de dançar, viver e ser feliz.
- Quais as premiações que mais o orgulham?
- Com certeza, todas as premiações que tive me emocionaram. Mas duas delas me tocaram mais. Em l991, num concurso patrocinado pela Prefeitura, tive minha primeira experência e vitória. Há pouco tempo, na Estudantina, concorri com os maiores nomes da dança de salão. Esta premiação também foi bastante importante, pois significa muito competir com profissionais tão talentosos e se destacar entre eles.
"Um dos projetos
que mais me
estimula
é do iniciar crianças
na arte da dança"
- E quanto aos seus planos daqui para frente?
- Como professor, o de me manter atualizado e cada vez mais capaz de satisfazer os interesses de meus alunos, buscando através de viagens e intercâmbio no Brasil e no exterior novas culturas e expressões de dança. Como empresário, dei mais um passo, agora na direção da Zona Norte. Estou inaugurando,agora em maio, minha primeira filial. Ela fica no Méier, na Rua Carolina Méier, 33. A academia está muito bonita. Vocês precisam conhecer. Já como ser humano, estou começando a conhecer melhor as pessoas. Agora, consigo distinguir o bom do ruim. Aquela máxima popular nunca foi tão certa: "é errando que se aprende". Bom, mas isso já passou. Tenho muitos outros projetos para trabalhar. Um em particular muito me estimula: o de iniciar crianças na arte da dança. Preciso também me preparar melhor para gerir o meu negócio. Tenho muito o que aprender ainda. Mas chego lá.
"O Troféu
Dance in News
é bom para todos:
para os professores,
alunos, patrocinadores
e, principalmente,
pela divulgação
do nosso trabalho"
- Como você se sentiu com o grande baile de aniversário promovido no Clube Municipal ?
- Emocionado. Eu organizei e divulguei aquele baile em apenas um mês. E fiquei surpreso com as mais de mil pessoas que lotaram a festa e me prestigiaram. Sou muito grato a todos pelo respeito e reconhecimento do meu trabalho.
- Qual a sua opinião a respeito do Troféu Dance in News - Passos de Ouro, que homenageará os destaques da dança de salão no nosso estado?
- Estimulante. Bom ter um jornal que incentive a competição entre academias. É bom para todo mundo: para os professores, alunos, patrocinadores e, principalmente, para divulgação do nosso trabalho.