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Jornal DAA - Materias - 67

MATÉRIAS


 

BRASIL, POR JAIME ARÔXA PARA O MUNDO

 

 

                Ilhas Tropicais - Assim se chama o enorme complexo de lazer e turismo que leva o calor dos trópicos para a cidade de Brandenburg Krausnick, ao sul de Berlim na Alemanha. Inaugurado em dezembro, tem o nosso país como inspiração do show temático diário. O espetáculo “Viva Brasil”, coreografado por Jaime Arôxa levou oitenta artistas brasileiros a uma temporada tropical no inverno alemão.

Agradáveis 25 graus Celsius - temperatura constante sob a redoma que cobre a área de 66.000 metros quadrados do super clube que tem 360 metros de comprimento, 210 de largura e 107 de altura: espaço suficiente para oito campos de futebol.

Em seu jardim paradisíaco, viceja exuberante flora tropical, toda importada. Um sistema de iluminação indireta simula a luz solar, com direito a nascer e pôr do sol, permitindo não apenas a fotossíntese das plantas, como também um bom bronzeado aos freqüentadores do complexo que funciona 24 horas por dia e onde não chove nunca.

Areias brancas e 7.000 metros cúbicos de água tratada e climatizada (28°C) no “Mar Tropical” e (31°C) na “Lagoa de Bali”, uma vila representado cenários de vários países localizados nos trópicos, balneários, jardins, culinária típica, opções de lazer e esportes disponíveis o tempo todo.

Para falar somente nas atividades com inspiração em nossas terras: toda noite tem festa para dançar com a banda Brasil Samba Axé Folia (composta de treze músicos); na programação semanal constam oficinas de dança, capoeira, pintura amazônica e trancinhas de cabelos.

No sem-fim de opções da Ilha Tropical, o show “Viva Brasil” é carro-chefe: montado para a abertura do complexo em 18 de dezembro está em cartaz todos os dias desde então, com sessão dupla sextas, sábados, domingos e feriados. A atração alcançou tão grande sucesso que já está confirmada a extensão da temporada até 15 de maio. A média de expectadores em cada dia do fim de semana, incluindo sexta feira, é de 4.000 – um número impressionante, que mora nos sonhos de qualquer artista.

Este grande público assiste encantado à criação de Jaime Arôxa, que faz através da dança e música uma narrativa de nossa história - dos habitantes originais índios, colonizadores, escravatura, até a independência. A trilha sonora inclui música primitiva indígena, percussão, clássicos de Villa Lobos e Guerra Peixe, MPB, Ed Motta... Assim como na música, o painel montado sobre as danças é bastante abrangente: Os 80 dançarinos foram selecionados em diferentes regiões brasileiras, contribuindo com seu conhecimento e prática nas manifestações culturais de cada parte. Assim, carimbó, caboclinhos, frevo, lambada, samba, danças gaúchas e capoeira estão entre as peças que compõem o mosaico coreográfico do “Viva Brasil”.

Esta é uma oportunidade de trabalho das mais interessantes para os dançarinos, que além de conhecerem outras culturas com tudo pago - passagens aéreas, alimentação e estadia, recebem o salário de 850 dólares. Jaime que começou os ensaios no finzinho de setembro teve pouco tempo para realizar esta grande empreitada, mas o resultado valeu a pena e além do sucesso fica o sabor de saber-se representante e difusor da diversidade artística brasileira, podendo dar uma noção da riqueza de saberes e fazeres de nosso povo de maneira mais completa, sem esquecer ou desmerecer o carnaval e o futebol como marcas da nossa produção cultural.

 


VITRINE CONTEMPORÂNEA EM BERLIM

 

Já está em fase final de produção a segunda edição do festival dedicado à dança contemporânea brasileira que acontecerá este ano na Alemanha. O “Brasil Move Berlim” é um projeto dinâmico, que engloba além dos shows, mostra de vídeo-dança, palestras, mesas redondas e projeção de longa-metragem. Fiel a sua linha de atuação, o evento traça através dos espetáculos selecionados um painel diversificado de nossa criação, exibindo o trabalho de artistas vindos de várias partes do país. No programa recém-divulgado, Uberlândia conta com dois representantes: Wagner Schwartz em “wagner ribot pina miranda xavier le schwartz transobjeto” e Cia de Dança Balé de Rua com “O Bagaço”, São Paulo manda o imperdível Luiz de Abreu e seu “Samba do Crioulo Doido”. Do Rio de Janeiro, a jovem e bem sucedida Cia. Dani Lima apresenta “falam as partes do todo?”; Belo Horizonte mostra duas faces do mesmo grupo, o ZikZira Teatro Físico interpreta “Verissimilitude” no palco e tem projeção de seu filme “Cinzas de Deus”. O Cena 11 - Cia. de Dança, de Florianópolis fecha o cardápio com “Skinnerbox”.

O pesquisador carioca Leonel Brum, que assina uma coluna sobre vídeo-dança em nosso jornal, dá sua contribuição a esse grande mosaico verde-e-amarelo apresentando o "Painel Brasil”, uma seleção comentada de vídeos-dança.

“Visíveis Corpos Invisíveis” - a parte teórica do evento, abrange temas como o pensamento na dança contemporânea, história, produção e matrizes culturais na dança, sempre enfocando o cenário brasileiro.

Wagner Carvalho é diretor e idealizador do encontro, que tem co-direção de Bjoern Dirk Schlueter. O Move Berlim tem financiamento do Fundo Cultural da Alemanha e do Ministério da Cultura do Brasil. São apoiadores ainda o Instituto Goethe, a Embaixada Brasileira em Berlim, a Tanzfabrik, o Instituto de Ciências Teatrais da Universidade Livre de Berlim, o complexo teatral Hebbel am Ufer – HAU e o cinema Arsenal.

Vale fazer uma visita à página (www.moveberlim.de) para conhecer mais sobre a iniciativa.

 



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