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MATÉRIAS
BRASIL, POR JAIME ARÔXA PARA O MUNDO
Ilhas Tropicais - Assim se chama
o enorme complexo de lazer e turismo que leva o calor dos trópicos para a
cidade de Brandenburg Krausnick, ao sul de Berlim na Alemanha. Inaugurado em
dezembro, tem o nosso país como inspiração do show temático diário. O
espetáculo “Viva Brasil”, coreografado por Jaime Arôxa levou oitenta artistas
brasileiros a uma temporada tropical no inverno alemão. Agradáveis 25 graus Celsius - temperatura constante
sob a redoma que cobre a área de 66.000 metros quadrados do super clube que tem
360 metros de comprimento, 210 de largura e 107 de altura: espaço suficiente
para oito campos de futebol. Em seu jardim paradisíaco, viceja exuberante flora
tropical, toda importada. Um sistema de iluminação indireta simula a luz solar,
com direito a nascer e pôr do sol, permitindo não apenas a fotossíntese das
plantas, como também um bom bronzeado aos freqüentadores do complexo que
funciona 24 horas por dia e onde não chove nunca. Areias brancas e 7.000 metros cúbicos de água tratada
e climatizada (28°C) no “Mar Tropical” e (31°C) na “Lagoa de Bali”, uma vila
representado cenários de vários países localizados nos trópicos, balneários,
jardins, culinária típica, opções de lazer e esportes disponíveis o tempo todo. Para falar somente nas atividades com inspiração em
nossas terras: toda noite tem festa para dançar com a banda Brasil Samba Axé
Folia (composta de treze músicos); na programação semanal constam oficinas de
dança, capoeira, pintura amazônica e trancinhas de cabelos. No sem-fim de opções da Ilha Tropical, o show “Viva
Brasil” é carro-chefe: montado para a abertura do complexo em 18 de dezembro
está em cartaz todos os dias desde então, com sessão dupla sextas, sábados,
domingos e feriados. A atração alcançou tão grande sucesso que já está
confirmada a extensão da temporada até 15 de maio. A média de expectadores em
cada dia do fim de semana, incluindo sexta feira, é de 4.000 – um número
impressionante, que mora nos sonhos de qualquer artista. Este grande público assiste
encantado à criação de Jaime Arôxa, que faz através da dança e música uma
narrativa de nossa história - dos habitantes originais índios, colonizadores,
escravatura, até a independência. A trilha sonora inclui música primitiva indígena,
percussão, clássicos de Villa Lobos e Guerra Peixe, MPB, Ed Motta... Assim como
na música, o painel montado sobre as danças é bastante abrangente: Os 80
dançarinos foram selecionados em diferentes regiões brasileiras, contribuindo
com seu conhecimento e prática nas manifestações culturais de cada parte.
Assim, carimbó, caboclinhos, frevo, lambada, samba, danças gaúchas e capoeira
estão entre as peças que compõem o mosaico coreográfico do “Viva Brasil”. Esta é uma oportunidade de
trabalho das mais interessantes para os dançarinos, que além de conhecerem
outras culturas com tudo pago - passagens aéreas, alimentação e estadia,
recebem o salário de 850 dólares. Jaime que começou os ensaios no finzinho de
setembro teve pouco tempo para realizar esta grande empreitada, mas o resultado
valeu a pena e além do sucesso fica o sabor de saber-se representante e difusor
da diversidade artística brasileira, podendo dar uma noção da riqueza de
saberes e fazeres de nosso povo de maneira mais completa, sem esquecer ou desmerecer
o carnaval e o futebol como marcas da nossa produção cultural.
VITRINE CONTEMPORÂNEA EM BERLIM Já está em fase final de produção a
segunda edição do festival dedicado à dança contemporânea brasileira que
acontecerá este ano na Alemanha. O “Brasil Move Berlim” é um projeto dinâmico,
que engloba além dos shows, mostra de vídeo-dança, palestras, mesas redondas e
projeção de longa-metragem. Fiel a sua linha de atuação, o evento traça através
dos espetáculos selecionados um painel diversificado de nossa criação, exibindo
o trabalho de artistas vindos de várias partes do país. No programa
recém-divulgado, Uberlândia conta com dois representantes: Wagner Schwartz em “wagner
ribot pina miranda xavier le schwartz transobjeto” e Cia de Dança
Balé de Rua com “O Bagaço”, São Paulo manda o imperdível Luiz de Abreu e
seu “Samba do Crioulo Doido”. Do Rio de Janeiro, a jovem e bem sucedida
Cia. Dani Lima apresenta “falam as partes do todo?”; Belo Horizonte
mostra duas faces do mesmo grupo, o ZikZira Teatro Físico interpreta “Verissimilitude”
no palco e tem projeção de seu filme “Cinzas de Deus”. O Cena 11 - Cia. de
Dança, de Florianópolis fecha o cardápio com “Skinnerbox”. O pesquisador carioca Leonel Brum, que assina uma
coluna sobre vídeo-dança em nosso jornal, dá sua contribuição a esse grande
mosaico verde-e-amarelo apresentando o "Painel Brasil”, uma seleção
comentada de vídeos-dança. “Visíveis Corpos Invisíveis” - a parte teórica do
evento, abrange temas como o pensamento na dança contemporânea, história,
produção e matrizes culturais na dança, sempre enfocando o cenário brasileiro.
Wagner Carvalho é diretor e idealizador do encontro,
que tem co-direção de Bjoern Dirk Schlueter. O Move Berlim tem financiamento do
Fundo Cultural da Alemanha e do Ministério da Cultura do Brasil. São apoiadores
ainda o Instituto Goethe, a Embaixada Brasileira em Berlim, a Tanzfabrik, o
Instituto de Ciências Teatrais da Universidade Livre de Berlim, o complexo
teatral Hebbel am Ufer – HAU e o cinema Arsenal. Vale fazer uma visita à página (www.moveberlim.de) para conhecer mais
sobre a iniciativa.
Rua Carmela Dutra, nº 82 - Tijuca - Rio de Janeiro - RJ - CEP.: 20520-080 TeleFax: 21 2568-7823 / 2565-7330 http://www.dancecom.com.br/daa E-mail: daa@dancecom.com.br |