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MATÉRIAS BRASILEIRÍSSIMO Lambada, samba, samba no pé, forró, maxixe... Danças brasileiras são o tema do I Congresso Internacional de Danças Brasileiras que reunirá no Rio dançarinos vindos de várias partes do país e do mundo. Os organizadores apontam como principal objetivo a difusão e valorização da nossa cultura de uma forma ampla
e democrática. Para isso foram idealizados módulos que visam a atingir tanto
aqueles que ainda não conhecem uma das modalidades como os muitos adeptos
amadores e também os profissionais. O evento oferece palestras pela manhã e aulas à tarde
além da mostra coreográfica e bailes. O lançamento oficial da
Andanças - Associação Nacional de Dança de Salão é outro apelo do
congresso que destinará o lucro líquido àquela recém formalizada instituição. A programação extrapola o aspecto técnico
específico dos salões e inclui temas organizacionais como a questão dos
sindicatos e das políticas culturais; contempla as necessidades do espetáculo
em temas como os portês, interpretação ou iluminação
e cenografia; aborda os cuidados com a saúde e prevenção de lesões, além de
incentivar a união e intercâmbio. O quadro de professores e palestrantes é extenso e
conta com nomes reconhecidos internacionalmente, destacando-se os emblemáticos
Maria Antonietta, Carlinhos de Jesus e Jaime Arôxa, dançarinos notáveis como Jimmy de Oliveira e Adílio
Porto. O congresso inova e surpreende trazendo brasileiros e estrangeiros que
difundem nossa cultura no exterior, como é o caso de Cláudio Gomes na Holanda e
dos espanhóis Letícia e Daniel Estevez. O intercâmbio é fortalecido pela presença de Regina
Miranda, importante coreógrafa de dança contemporânea e Paulo Mazzoni, integrante da “Intrépida Trupe”. A pesquisadora e
diretora artística Deise Calaça e o médico
ortopedista Rubene de Campos fazem parte do seleto
time interdisciplinar da grade. Pela promessa que faz ao público e à categoria,
reforçada pelo lançamento da Andanças, o evento
conquistou um dos espaços mais privilegiados que a dança possui: o Centro
Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro, um complexo de moderníssimas
instalações adequadas para atender a todas as necessidades do processo
artístico da dança, desde os bastidores, estrutura cênica até os recursos para
a aprendizagem. O encontro da dança brasileira acontecerá no período
de 10 a 16 de janeiro de 2005 e as inscrições já estão abertas. Informações na
página virtual (www.dancecom.com.br/cidb)
/ (21) 9917 8735 / 2565-7330. Parceria: Secretaria
das Culturas – Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro. Andanças
– Associação Nacional de Dança de Salão Apoiadores: Beija
Flor Dance Group / Inglaterra, BrasaZouk
/ Holanda, Casa de Dança Carlinhos de Jesus, Casa de Dança Valdecy
de Souza, Centro de Dança Jaime Arôxa, Cia Aérea de
Dança – João Carlos Ramos, Cia Pés do Brasil, Claudio
Gomes - Zouklovers/ Holanda, Clínica Ortopédica do
Recreio, Conselho Brasileiro da Dança (CBDD), Deise Calaça
Produções, Escola de Dança Vila Isabel, Escola Sindicato da Dança, Firma
Comunicação Integrada, Fundação Nacional de Arte - Funarte,
Jornal Dança, Arte & Ação, Jornal Dance (SP), Jornal Dance News, Lambazouk / Espanha, Núcleo
de Dança Adílio e Renata Porto, Rádio da Fiocruz (Maré/Manguinhos) e Programa Papo Reto, Rádio Estação
Carioca FM, Revista Infok - a Revista da Dança (RJ),
Salão Brasil, Sign Propaganda, Sindelivre,
Sindicato dos Profissionais de Dança do Rio de Janeiro - SPDRJ, Studio de Dança Valdecy de Souza,
TA Soluções, Teatro Odylo Costa, filho - UERJ, (www.dancadesalao.com).
O RIO NA PONTA DOS PÉS Combinou. A magia do centro da cidade, um teatro da
tradição do Rival, a leveza de Ana Botafogo, a alegria de Carlinhos de Jesus. Tudo combina no espetáculo “Isto
é Brasil”, a lambada dançada ao som vibrante de Elba Ramalho, depois um frevo
com destaque para o bailarino Cacau Mourão, a malandragem, pasmem, de Ana
Botafogo vestida de terninho e sambando no pé, o sorriso do mestre desta
cerimônia tão brasileira, Carlinhos de Jesus. A boa música de Ari Barroso,
Cartola e Jacó do Bandolim, entre outros, aquecia o coração e acendia o orgulho
de pertencer, a vontade de subir ao palco e dançar
junto o hino em ritmo de forró. Na seção extra do “Isto é
Brasil” todas as mesas estavam ocupadas, o público
vibrava a cada meneio da etérea Ana, a cada gingado do Carlinhos, a dupla que
tem em comum o grande amor pela dança e que põe o seu talento a serviço de
divulgar a carioquice, o jeitinho brasileiro de ser artista atingiu o objetivo,
transmitiu a mensagem e em suas próprias palavras “apresentou uma face do
Brasil”. Quem perdeu não precisa ficar triste, pois o show volta ao Rival na
segunda semana de fevereiro e fica até o início de março.
POLÍTICA DE RESULTADOS O Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro, sob
direção de Regina Miranda, está completando quatro meses. Mantendo-se fiel à
proposta de ser um espaço aberto à participação de todos, fechou novembro com
um seminário que além de apresentar relatório das atividades desenvolvidas e do
acervo disponível, recebe sugestões e requisições para a continuidade dos
trabalhos. Todas as
vertentes e segmentos da dança foram convidados a participar dos três dias em
que representantes de escolas e academias, faculdades, projetos de inclusão,
pesquisa, difusão, criação e produção puderam apresentar-se e fazer propostas.
Os documentos com as demandas recolhidas servirão de guia para a política
desenvolvida a partir de então. O relatório do que foi feito até outubro inclui
espetáculos onde se especificam 20 companhias de dança contemporânea, 06 de
dança étnica, 03 de dança de salão, 01 de dança moderna, 01 de balé
contemporâneo e 15 artistas independentes. No campo científico, foram 03 ações.
Onze grupos puderam realizar seus ensaios nas bem aparelhadas salas de aula.
Residências coreográficas, projetos sociais e eventos também figuram na
listagem. Há vídeos, livros, teses, revistas e outros materiais de pesquisa
disponíveis no centro de memória. O trabalho foi intenso e a tendência é
aumentar. As palavras com que Regina encerrou o discurso de
agosto de 2001 quando o espaço ainda era um projeto e estava sendo apresentado
à categoria, continuam valendo e mostram-se completamente opostas ao falar
político vazio de vontade, sendo a carta de intenções que hoje se materializam:
“...acreditamos que, no Centro Coreográfico do Rio de Janeiro, o desafio a que
nos propomos, de convívio e diálogo com as diferenças, possa evidenciar o
reconhecimento de que cada segmento da dança e cada campo artístico, científico
e social pode enriquecer nossa visão de mundo e por conseguinte, nossa
expressão artística (...) convido a todos para construirmos juntos um mosaico
cênico em permanente movimento, uma cena onde possam caber todas as paixões”. O prefeito César Maia fez do Rio de Janeiro, através da Secretaria das Culturas e Instituto Rio Arte um exemplo na política cultural continuada e com visão de longo alcance. A realização deste projeto, que era uma velha requisição da classe, proposta há mais de vinte anos, só vem ratificar o sucesso desta linha inteligente que começa bem ao valorizar os artistas e complementa-se na efetivando de ações de permanência como o programa de subvenções, a boa manutenção da rede de teatros ou a efetivação de um espaço tão privilegiado como o Centro Coreográfico. Neste último, é importante citar a parceria do Grupo Pão de Açúcar que permitiu tornar real este tão sonhado projeto.
A DaNçA lê dança? Quem DaNçA lê? Quem lê dança? Mas
afinal, quem lê livros de dança? Em meio às comemorações da 50ª Feira do Livro de Porto Alegre (29 de outubro a 15 de
novembro de 2004), onde também se comemoram os 50 anos da
institucionalização da cultura no estado, achei pertinente perguntar:
qual o público que aprecia bibliografias de dança? As
Universidades? As Escolas particulares? Os Festivais? Sim para os três. Com
números ainda tímidos, mas reais e existentes, os leitores começam a marcar
presença e especializar sua preferência. Com
certeza as Universidades tem sido a maior porcentagem deste público
especializado, mas não posso deixar de mencionar as iniciativas das pequenas
Escolas de dança e, de alguns Festivais que inserem em sua programação,
lançamento de livros e espaços de comercialização dos mesmos. Após uma
visita a algumas livrarias da capital, e uma série de perguntas aos livreiros,
percebi que o público que procura por livros de dança é mínimo, "os livros
quase não saem", afirma uma vendedora. A pouca rotatividade deve-se, em
primeiro lugar, pelo preço alto dos livros, que seduzem os olhos do artista.
Gravuras ou fotografias que tomam toda página, papel brilhante e uma impressão
de primeira qualidade. Os livros didáticos tem saída sim, mas precisam cativar
primeiro pela capa, depois pelo título, e por fim, conteúdo e bibliografia. A
não ser aquele obstinado que vai direto ao assunto e vasculha tudo no primeiro
minuto. Após ter
ouvido uma afirmação equivocada de que o Rio Grande do Sul não produz pesquisa
em dança, aliás uma afirmação que não cala e tem
cumprido o papel de me instigar cada vez mais a pesquisar, percebo que as
produções têm sido tímidas, porém existentes. E, se a pesquisa existe, seja nos
cursos de graduação em Educação Física, Filosofia, Comunicação, Dança, etc,
ela, mesmo sem incentivo financeiro, chega à publicação. Que raro! O Estado
do RS tem uma lei que poderá ser aliada a este processo. Trata-se da lei nº 11.670, de 19 de setembro de 2001, que
estabelece política para o livro e a leitura, sendo o RS o primeiro estado do
Brasil a contar com tal lei. No parágrafo único diz: “A Política a que se
refere o caput deste artigo visa a fomentar o desenvolvimento cultural,
estimular a criação artística e literária e reconhecer o livro como instrumento
para a formação educacional, a promoção social e a manifestação da identidade
cultural do Rio Grande do Sul, mediante as seguintes diretrizes:” Vamos
citar apenas algumas: - dinamizar a democratização do livro e seu uso
mais amplo como meio principal na difusão da cultura e transmissão do
conhecimento, fomento da pesquisa social e cientifica, conservação do
patrimônio cultural do Estado...; - incrementar e melhorar a
produção editorial estadual, observando-se especialmente a condições de
qualidade, quantidade, preço e variedade; - estimular a produção dos autores gaúchos; - converter o Estado do Rio Grande do Sul em centro
editorial...; - preservar o patrimônio
literário, bibliográfico e documental do Estado do Rio Grande do Sul; - fomentar as exportações de livros publicados no
Estado do Rio Grande do Sul; - estimular a produção e a circulação do livro no
Rio Grande do Sul; - criar e desenvolver em todo o Estado
novas bibliotecas, livrarias e postos de vendas para livros. Leia a lei
na íntegra no site: www.camaradolivro.com.br Ana Luiza Freire é pesquisadora em dança
Rua Carmela Dutra, nº 82 - Tijuca - Rio de Janeiro - RJ - CEP.: 20520-080 TeleFax: 21 2568-7823 / 2565-7330 http://www.dancecom.com.br/daa E-mail: daa@dancecom.com.br |