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Jornal DAA - Materias - 64

MATÉRIAS


Mude para a Tijuca!

Quatro mil metros quadrados, em centro de terreno, construção sólida e especialmente projetada... Não, não é anúncio imobiliário. É o Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro que será inaugurado no dia 4 de agosto pela Prefeitura da cidade.

Enfim o grande projeto de abrigar a dança em todo o seu processo artístico, desde criação à difusão, se concretiza. Sua localização, no bairro da Tijuca, atende entre outros objetivos à distribuição mais democrática dos espaços culturais da cidade, incentivando ainda a maior participação da Zona Norte e subúrbios nos movimentos artísticos da cidade.

O projeto, que restaurou uma antiga fábrica de cerveja tombada pelo patrimônio histórico, é assinado por Ricardo Macieira (Secretário das Culturas) e Luís Antonio Rangel e foi concebido para que artistas e público em geral interajam todo o tempo e traz ainda uma marca da inclusão social: acessos e dependências (inclusive camarins) adaptados para receber deficientes físicos.

O Centro Coreográfico pretende ser aberto a múltiplas atividades: cursos, seminários, oficinas, exposições, ensaios, projeção de vídeos e espetáculos de diversos segmentos, linguagens e platéias de dança. Há ainda os projetos já alinhavados pela direção e que fazem uma mostra da política da instituição: o ateliê coreográfico oferecendo aperfeiçoamento profissional para artistas cênicos (que a partir de outubro abre inscrições para a edição de 2005); a revista Gesto editada por Luciana Hidalgo; o projeto Corpo Coletivo – residências para intercâmbio de artistas/pesquisadores da dança internacionais e nacionais; o projeto de interação artística – reunindo artistas de diferentes áreas com trabalhos que tenham a dança dentro do processo criativo; manutenção de vídeo-biblioteca especializada, que estará aberta ao público de 14 às 20h; a página www.rio.rj.gov.br/centrocoreografico fomentando a informação e divulgação da dança; estúdios destinados a aulas e ensaios abertos para artistas e cias de dança da cidade; iniciativas tais como matinês seguidas de debates para formar e cativar platéias e adeptos, com ênfase ao público infantil, deficientes e idosos; espaços abertos para apresentações informais; e ainda projetos de apoio comunitário, sendo o “Dançar a Vida” que reúne 147 bolsistas do Morro do Borel e Salgueiro o primeiro a ser adotado.

Regina Miranda que responde pela direção artística do Centro assim define o novo espaço do Rio: “O Centro Coreográfico nasce com o compromisso da investigação sobre a linguagem da dança. Propõe-se a conviver e dialogar com as diferenças, entendendo que todos os campos artísticos, científicos e sociais enriquecem nossa visão de mundo e nossa expressão artística”. 

E não há o que aguardar - o Centro Coreográfico já tem agenda: No dia 8 de setembro mesa-redonda às 11h, com o tema “Corpo Cênico” com André Lepecki, professor do Departamento de Performance Studies da New York University; Cassia Navas, pesquisadora de dança e coordenadora das Oficinas Goeldi; Antônio Quinet, psicanalista e doutor em filosofia; e Marina Martins, professora do Departamento de Arte Corporal da UFRJ. No dia 9 de setembro inicia-se o Fórum de Dança e Educação, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, voltado para professores de dança da rede municipal de ensino. O Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro fica na Rua José Higino, 115 – Tijuca; Tel (21) 2570-1247 e funciona de terça-feira a domingo, das 14h às 22h (ensaios serão realizados na parte da manhã). Contatos também pelo endereço eletrônico:(centrocoreografico@rio.rj.gov.br ).

E ainda uma notícia importante: a partir da inauguração estarão sendo aceitas propostas para ensaios e apresentações, sendo necessário enviar propostas aos cuidados da Direção Artística do Centro.

 

Estrutura Física

·         2 estúdios de dança de 150m2

·         1 espaço cênico, de 300m2, com palco de 10m x 11m e capacidade para 224 pessoas

·         1 sala para conferências/projeções de vídeo, com capacidade para 60 pessoas

·         1 espaço para apresentações informais e ensaios, com capacidade para 120 pessoas

·         3 apartamentos para artistas convidados, com capacidade para 4 hóspedes em cada um

·         Centro de documentação e memória da dança

·         Galeria de arte

·         1 café situado no hall do espaços cênicos

·         Diretoria e espaços administrativos.

 


O Corpo dos Ernestos

               

                Entre Ernesto Nazareth e Ernesto Lecuona se divide o programa duplo que será apresentado de 18 de agosto a 20 de setembro pelo Grupo Corpo em sua nova turnê.

                A consagrada companhia reapresenta “Nazareth” coreografia cheia de contrastes elaborada por Rodrigo Pederneiras tendo como base a trilha sonora inédita de José Miguel Wisnik que com modernidade inspira-se na força e beleza da obra do brasileiríssimo rei do choro. A cenografia de Fernando Velloso, figurinos de Freusa Zechmeister e iluminação de Paulo Pederneiras fazem os 40 minutos desse espetáculo, levado ao palco pela primeira vez em 1993, imperdíveis.

            Na estréia de “Lecuona”, o Grupo Corpo abre mão do ineditismo das músicas de suas coreografias, uma de suas características, e traz para o palco peças do repertório do cubano Ernesto Lecuona. O trabalho de Lecuona, tido como o criador da nova escola de piano cubano e que tem entre tantos outros sucessos “Tabu” e “Malagueña”, é passional, dramático, e é esse clima de sensualidade onde se misturam amor, ciúmes, vingança que Rodrigo Pederneiras coreografa, usando incessantes pas-de-deux e, ao final, um grande salão de baile para representar as paixões e vícios que Ernesto tão bem musicou. Os figurinos são de Freusa Zechmeister e Paulo Pederneiras é responsável pela cenografia e iluminação.

                Em seu retorno aos palcos, O Grupo Corpo começa a temporada no Teatro Alfa em S.Paulo onde irá apresentar-se de 18 a 22 e de 25 a 29 de agosto, seguindo então para o Rio de Janeiro, onde estará de 02 a 06 de setembro no Theatro Municipal. As próximas cidades são: Belo Horizonte (de 09 a 13 de setembro no Palácio das Artes) e Brasília (de 16 a 20 de setembro no Teatro Nacional).


                                            O TEMPO PERGUNTOU AO TEMPO QUANTO TEMPO O TEMPO TEM...

 

                Será que em quatro dias dá tempo para falar do tempo? Esse é o grande desafio da IV Mostra Migrações de Dança Contemporânea, que o Centro de Artes da UFF, a Secretaria de Cultura de Niterói e a Fundação Euclides promovem em Niterói de 26 a 29 de agosto.

Pensar e trabalhar o conceito de migração sob o prisma da temporalidade, abarcando as múltiplas facetas do tempo de criação, de movimento, de duração, enfim o tempo como referência e referencial é o tema sugerido pelo projeto e que deve ser evidenciado pelos trabalhos apresentados.

Migrações será composta de espetáculos que terão lugar no Teatro da UFF, no Teatro Municipal de Niterói, na Galeria de Arte da UFF e lançará a “CidadelaDança breves performances que serão apresentadas no espaço externo do Museu de Arte Contemporânea – MAC. Integram ainda a programação palestras e oficinas gratuitas (que darão direito a certificado de conclusão) e mostra de novos talentos.

É tempo de consagração: Intrépida Trupe (Mil tempos) é o ponto de partida, dando início ao evento; segue-se um desfile de tendências contemporâneas com produções conhecidas ou estréias: Márcia Rubin Cia de Dança (Tempo de Valsa, moderado com elegância), Esther Weitzman (Jamais fomos modernas), Staccato Cia de Dança (Coreografismos), João Paulo Gross (Terceira Margem), Maria Alice Poppe e Tato Taborda (Tão Sertão - Seções Coreográficas) e Spoudaios Cia de Dança (Nocaute).

                É tempo de renovação e temos então A Dobra Cia de Dança (dueto em Anacrônico), Maíra Maneschy e João Paulo Gross (dueto em Zolig), Tatiana Glass (solo em Agadagada) e Via Pública Dança Contemporânea (solo em Situação n° 24) na Mostra de Novos Criadores.

                É tempo de aprender e Migrações inova com o formato das palestras sempre em dois dias: “A dança no tempo” - História da Dança (Beatriz Cerbino), “A dança no tempo” – Laban teórico (Marina Martins), “A dança no tempo” – Laban prático (Luciana Bicalho), “Tempo, movimento e criação” - Dança e Multimídia (Marcos de Moraes e Toni Rodrigues), “Movimento Autêntico” (Soraia Jorge) e “Os Tempos da Criação” (Peter Pál Pelbart).

                E o tempo passa em espaço aberto no projeto “Cultura para todos” com as apresentações da Via Pública dança contemporânea (Três desejos tão desesperados), Cia Dois pra dança (Música pra dois), Esther Weitzman cia de dança (Quem é o rei?) e a Thz cia de dança (Envolva-te por nós). Por fim a performance instalação “Cabelos” de Regina Miranda na galeria de arte UFF.

Com ingressos a R$ 10,00 os espetáculos acontecem às 20h, as oficinas e palestras-aula, gratuitas, vão de 10 às 18h e a programação externa, no MAC acontece no sábado às 16h.

Migrações é um presente que promete parar o tempo na cidade de Niterói. Em tempo: Alexandre Franco é o curador da mostra e divide a direção com Leonardo Guelman (diretor do Centro de Artes UFF). A coordenação do projeto é de Juliana Amaral.

                Inscrições para palestras e oficinas: Centro de Artes UFF - Rua Miguel de Frias, 9 - Icaraí – Niterói – RJ - 24220-000. Tels.: (21) 2629-5030 / 5036. Informações também no Teatro Municipal de Niterói - Praça XV de Novembro, 35 – Centro – Niterói – RJ -Tels.: (21) 2620-1624.

 


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