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CONSIDERANDO O SALÃO Força da palavra: Força da palavra / palavra que salva, que engana e que mata / Dom da palavra, poder da palavra / Palavra de Deus escrita por homens, palavra dos homens / Palavra que declara o amor e a guerra / Ter palavra. Pedir a palavra. Peço a Palavra: ouvi palavras que escondem egoísmo, vaidade, ganâncias, arrogância... Ouvi, em resposta, palavras de aceitação, de ilusão, de necessidade e de medo. Sim, estou falando do "Império" e seus massacres. Mas também são palavras para o Brasil e para a dança. Professores, promotores de eventos, políticos, jornalistas e todos aqueles que fazem com ética seus projetos, visando ter sucesso e viver dignamente de seu trabalho, colocaram seus tijolos na casa que se vê hoje. Só que é casa sem porta, janela, telhado e mobília. A casa da dança vai ser rica, ainda não é, mas já atrai oportunistas, com os CREFs encabeçando a lista. Devemos deixar quem é de fora dizer quem pode ou não pode dar aulas? Dizer o que é certo ou o que é melhor para nós? Devemos fazer como os governantes que se apequenaram diante das palavras de George Bush - o Rei do Mundo, que justificavam a guerra: "Vamos livrar o mundo das armas químicas e de destruição em massa" e "vamos levar liberdade aos iraquianos"; de arrogância: "quem não se curvar vai sofrer" e "não precisamos de ninguém para invadir" ou de "bondade": "vamos administrar o seu petróleo", "vamos reconstruir" e "vamos levar ajuda humanitária"... Um grande número de nações continuará possuindo as armas das quais a guerra "livraria" o mundo. Elas não foram encontradas no Iraque, e daí? Sobrou um país destruído, um povo humilhado, sem direito a seu próprio governo. É esse o futuro que queremos? Lhes dou a palavra. Derrubar é Mais Fácil - Nos Bastidores da Lista da Dança de Salão: Para um trabalho que faço com meus professores, pincei algumas mensagens da lista de discussão de dança de salão: "O nosso Carlinhos de Jesus perdeu cinco pontos fatais para a Mangueira.(...)" "O Carlinhos de Jesus foi apresentado pela Globo como "coreógrafo". Se é isso o que ele se acha, não há porque ter inveja: ele é bem fraquinho. A tal da levitação era considerada uma parte inerente, inseparável e de interesse máximo, a "big surprise" da apresentação. Sendo assim, achei mesmo uma bosta. Paciência." "Reparem na rapaziada do Jaime Arôxa, devem estar felizes da vida com o fracasso do Carlinhos de Jesus no carnaval 2003. eu pelo menos fiquei. Ficaria ainda mais se o Arôxa também fracassasse; o tombo dos deuses geralmente é o mais engraçado." A autoria das frases não tem relevância aqui, porém podemos tirar várias lições. Escolhi três delas: Lição 1: Para caluniar basta deturpar a verdade: O jurado tirou pontos de todas as escolas, menos da Beija-Flor e da Grande Rio. Deu nota nove e meio para a Mangueira e não nota cinco, portanto não faria com que ela ganhasse, já que ficou a um ponto da campeã. Me parece que as notas foram dadas para melhorar a classificação geral das duas escolas que ganharam dez no quesito e não por que as outras teriam tido problemas, que podem ter havido. Observe-se que sem descarte de notas, como é atualmente, um juiz sem conhecimento ou mal intencionado, pode definir a vitória das suas preferidas. Lição 2: A inveja desperdiça muito tempo e energia que deixam de ser aproveitados em coisas mais produtivas como crescer, progredir e aproveitar a vida. Lição 3: Se não dá para torcer pelo puro prazer do ver o outro feliz, torça nem que seja por egoísmo. Egoísmo inteligente. Carlinhos de Jesus, com suas coreografias, vem ganhando nota 10 há anos. Isso sempre ajudou a divulgar positivamente a dança de salão, já que seu nome é diretamente ligado a ela. Resultado: se ele perde, todos nós perdemos. Cada vez que um deus (o irônico é que, mesmo torcendo contra, os detratores se vêem obrigados a se curvar frente ao talento, carisma e trabalho deles) como Carlinhos de Jesus ou Jaime Arôxa tem sucesso, é a dança de salão que ganha, crescendo o mercado para coreógrafos, dançarinos e demais profissionais da dança a dois. Da mesma safra, mas falando de outro assunto, retirei parte do texto de outra mensagem: "Não dou audiência para a Globo." Está certo? Acho que não: a Rede Globo é nacional, gera empregos e paga altos impostos. Representa o Brasil no que temos de melhor em empresa de comunicação. O que é melhor? os "enlatados" - puro lixo estrangeiro? Os programas de música dos Estados Unidos - quase tudo lixo? Prefiro nossos programas e nossa música, até mesmo as de mais baixa qualidade. A parcialidade e inveja não deixam ver que existem coisas boas na TV, e temos que reconhecer algumas feitas pela Globo, como O Auto da Compadecida. Vale a pena ainda assistir, entre outros, ao Observatório da Imprensa ou ao Comentário Geral da TVE. De qualquer forma, se é para ser coerente, recomendo desligar a televisão. Com muitas vantagens: pode-se ler um bom livro ou ir a um baile. Educar e brincar com nossos filhos, namorar ou ajudar alguém, também são excelentes opções. Agora se é para boicotar, boicote o que tem de ruim na TV em qualquer emissora: a falta de respeito à cultura, a busca da audiência a qualquer custo e de modo vil etc. Como por exemplo não mostrar no carnaval as alas nem os passistas, só modelos, famosos e peladas. Acredito que a melhor forma de ajudar ou atrapalhar alguém é fazendo valer sua presença ou dando como resposta a sua ausência. Assim antes de boicotar ou escolher alguma coisa é preciso pensar bem. Por exemplo: Se você compra produtos anglo-americanos, além de não gerar empregos e impostos aqui, ajuda a colocar uma bala em um fuzil dos estadunidenses contra o mundo. Muitos estão falando em um boicote radical, eu proponho somente trocas possíveis - existe produto nacional similar? Então troque. Seguindo essa linha de raciocínio, veja como você é vital para a melhoria da qualidade de vida da sua cidade e do mundo: se não gosta de barulho dos carros de som ou da pichação dos muros, não compre nas lojas que eles anunciam. Spams? apague imediatamente. Político populista? não dê o seu voto. De pequenos gestos à grandes ações, existem mil maneiras de fazer valer sua opinião, invente uma... Ps.1: Longe de mim defender ditadores assassinos como Saddam que municiado com armas químicas, biológicas e de destruição em massa, treinado e colocado no poder pelos próprios Estados Unidos há vinte anos, vem sistematicamente matando seu povo de fome, degolando e torturando seus opositores, mas cabia a ONU essa intervenção. Ação essa, extremamente atrasada pelo pacifismo utópico e principalmente pelo dinheiro e poder envolvido no caso. Ps. 2: Sobre a associação nacional de dança (em processo de criação), queremos ser parceiros de todos e apoiar as ações que acreditarmos ser em prol da dança. Temos que ter estratégias e luta institucional pela Dança a Dois em âmbito nacional. O que não existe hoje, é um órgão nacional, específico da Dança de Salão, para tirar dúvidas, promover integração e intercâmbio. Existem sim, diversos órgãos estaduais que estão atuantes, como sindicatos e associações. Por exemplo, é efetiva a participação do Fórum Nacional de Dança e do nosso sindicato (SPDRJ), na luta contra o desejo dos conselhos de Educação Física de dominar a dança. Por falar nisso: você já deu sua opinião sobre a união da classe? Sabe o que está acontecendo de novo? Quer participar mais? Acesse (dancecom.com.br/cbds). Luís Florião é professor de dança de salão
Rua Carmela Dutra, nº 82 - Tijuca - Rio de Janeiro - RJ - CEP.: 20520-080 TeleFax: 21 2568-7823 / 2565-7330 http://www.dancecom.com.br/daa E-mail: daa@dancecom.com.br |