A curadoria do Dança em Trânsito, do Circuito Carioca da Dança e do Panorama RioArte de Dança deverá ser flexibilizada, permitindo a participação de diferentes estilos de dança. O programa de subvenção a companhias foi remodelado e os interessados em participar tiveram que apresentar projetos até o início de março. Mesmo as que faziam parte do programa até o ano passado puderam se reinscrever. No resultado final o município continuará apoiando doze grupos, entre eles, por força de contrato, já estão definidas as companhias de Dani Lima e Márcia Rubin.

Em 13 de janeiro a classe artística carioca deu o pontapé inicial para a criação do Fórum das Artes, movimento que tem reuniões regulares e um Seminário Permanente, aberto a todos os interessados, com entrada franca, no Espaço Cultural Sérgio Porto. Neste espaço são discutidos: política cultural brasileira, economia da cultura, os mecanismos de produção existentes, além de reflexões sobre estética e crítica de arte.

O fórum que congrega representantes dos diversos setores artísticos teve como foco principal a política municipal para as artes, após a publicação de decreto do Prefeito César Maia que transferia a Rede Municipal de Teatros do RioArte para a Secretaria das Culturas e nomeava um gestor único para os espaços da Rede. A partir daí obtiveram uma reunião com o secretário das culturas Ricardo Macieira e apresentaram como reivindicações principais que fossem mantidos os termos do Programa de Projetos RioArte 2003, que a classe artística participe da elaboração de todo e qualquer mecanismo de seleção de projetos no âmbito municipal, garantindo assim uma parceria permanente entre os artistas e a Secretaria das Culturas e ainda a cessão do Espaço Cultural Sergio Porto às segundas-feiras, a partir do dia 27 de janeiro, para a realização dos encontros temáticos do Seminário Permanente, atividade-chave do Fórum das Artes.

Reunião da Dança Carioca

Em janeiro, integrantes da classe de dança iniciaram uma série de reuniões para debater questões políticas. O grupo obteve uma audiência com o Secretário das Culturas Ricardo Macieira, onde estiveram presentes também a diretora da Divisão de Dança do RioArte, Thereza Rocha, a diretora do Centro Coreográfico, Regina Miranda, e a diretora de Projetos do RioArte, Fátima França.

Durante o encontro, acontecido em 17 de fevereiro, os profissionais buscavam, antes de mais nada, esclarecimentos e garantias dos benefícios já conquistados pela dança junto à municipalidade. Ricardo assegurou que os projetos iniciados não serão abandonados: o Panorama RioArte de Dança será mantido, mas seu formato será discutido junto aos responsáveis pelo evento, o Circuito Carioca de Dança não apenas acontecerá, como deverá ser estendido; o Dança em Trânsito será reestudado devendo, caso aconteça, se realizar no centro e principalmente nas zonas norte e oeste; O centro coreográfico ficará pronto em meados deste ano. O secretário prometeu transparência de critérios para a seleção das companhias a serem apoiadas, com uma comissão mista entre membros do RioArte e pessoas indicadas pela classe e disse ainda que o número de pautas cedidas à dança não diminuirá, em relação ao ano passado.

Alexandre Franco, Carlota Portella, Claudia Petrina, Dani Lima e Paulo Caldas são representantes do movimento que realiza reuniões abertas no Studio Casa de Pedra, localizado à Rua Major Rubens Vaz, 436, Gávea.

O processo é aberto a qualquer interessado, profissional ou não. O grupo que tem o apoio do Jornal Dança, Arte & Ação e da Agenda Brasileira da Dança de Salão conta com uma página virtual onde se pode conhecer melhor a proposta, no endereço: www.dancecom.com.br/cbds

Na esfera municipal, em São Paulo, graças às ações dos representantes da classe através do Movimento Mobilização Dança, foi aprovada a lei de Fomento à Dança e um orçamento de R$ 1 milhão. A bailarina e coreógrafa Célia Gouveia iniciou todo processo ao obter o apoio do vereador Vicente Cândido para a proposta. O Movimento que realiza reuniões periódicas tem como objetivos básicos a estruturação de uma política duradoura e democrática de subsídios ao setor. Entre as necessidades relacionadas estão a criação de um espaço exclusivo para sua arte, um plano de aposentadoria e garantia de valorização a todas as diferentes modalidades da dança.

A organização rendeu seus primeiros frutos e ainda há muito trabalho pela frente. O MMD realiza suas reuniões no Espaço Viver (Rua Bela Cintra, 1.491).