Principal Edição Atual Edições Anteriores Participe Informativo Fale Conosco Rio de Janeiro - |
CONSIDERANDO O SALÃO ANDANÇAS - história sem fim A vida do reino era embalada pelo som das mazurcas e minuetos, o povo dançava, os bailes eram grandiosos e a côrte adorava o salão. Os flertes, as intrigas, grandes amores e trágicas traições, tudo acontecia entre uma valsa e uma contradança, e era preciso saber dançar com graça e beleza. A entrada na sociedade assim o exigia. Então há aproximadamente 200 anos, chegou por aqui o primeiro professor de danças de par, trazido por D. João . Trazia na bagagem a experiência dos salões da Europa e o saber didático. Representava uma categoria profissional respeitada e essencial. Legar seus conhecimentos era uma iniciativa de desenvolvimento cultural e artístico, patrocinada pelo governo e aclamada pelo público. Surgiram escolas de dança e afamadas academias - foi assim que tudo começou....O tempo foi passando, como passaram as modas, mudaram os ritmos, mudaram as gentes. Já não se ouve o minueto, não há mais côrte nem profissionais de dança. Me dirão: Mas como não existem? Que história é essa mais sem pé nem cabeça? Lógico que existem - estão por aí apresentando-se, fazendo espetáculos, dando aulas, abrindo escolas. Como dizer que não existem? Aí está o engano. Não basta trabalhar, estar por aí. Hoje é preciso ser - conhecido, reconhecido, legalizado, regulamentado. Sinal dos tempos. Como a profissão não foi regulamentada, os dançarinos não são reconhecidos como profissionais, não tem direitos e nada podem reivindicar. Muito pouco se sabe sobre eles. Alguém já pesquisou os benefícios divulgados pela dança de salão? Carecem de fundamentação científica. Sequer sabemos quantos somos. Não temos voz que nos defenda quando ofendidos, caluniados ou simplesmente prejudicados. Não há órgão competente que nos proteja quando impedidos de dar aulas pelos CREFs ou quando em seu lugar, as escolas públicas - as poucas que ainda abrem espaço para a dança - colocam professores de educação física ou de música. Não temos aonde recorrer quando constatamos que a dança de salão não recebe nenhuma atenção ou apoio nas iniciativas governamentais. Isolados, limitamos nosso crescimento e ficamos a margem das exigências burocráticas, indispensáveis para "existir" no cenário de hoje. E assim acaba a história: Profissionais de dança não existem mais. Acabaram junto com o império, as polcas e as valsas. Mas espera um pouco. Podemos reescrever esse final: Eu e você, você que vive em busca de informações sobre a dança de salão, de aperfeiçoamento; que trabalha em sua comunidade, em sua cidade, que vive fazendo planos difíceis de realizar, que se dedica a sua escola e faz tudo para ver a dança crescer. Eu e você - é chegada a hora. Vamos tirar os projetos da cabeça. É TEMPO DE AÇÃO... Vamos nos associar - juntos será mais fácil divulgar, fazer e modificar leis, buscar apoios e patrocínios, sermos vistos, ouvidos e bem recebidos nos gabinetes dos controladores das políticas culturais. Considere como podemos progredir quando tivermos propaganda institucional, com grandes e bons eventos, público e muita divulgação (paga e espontânea). Podemos ser parte integrante dessa história. Da história da nova dança a dois, forte, atuante, de alta qualidade, produto de exportação, motivo de orgulho nacional, incremento ao turismo (vide a salsa e o tango). O primeiro grande passo já foi dado. Dezenas de professores de todos os cantos do país se comprometeram a divulgar a idéia em seus estados, fortalecendo o processo de criação de uma associação nacional prevista para 2004. Saiba mais indo a página da Comissão Brasileira da Dança de Salão (dancecom.com.br/cbds). Informe-se, discuta, participe. Esteja disponível, dê sugestões, passe uma lista de apoio à comissão, assine, comente, consiga apoios, entre na lista de discussão ( lista-cbds@dancadesalao.com).Afinal temos que aproveitar essa chance única de enriquecer nossas escolas, nossa arte e nossa cultura. Vamos dar um final feliz à história dos dançarinos, à nossa história. Luís Florião é dançarino e professor de dança de salão
Rua Carmela Dutra, nº 82 - Tijuca - Rio de Janeiro - RJ - CEP.: 20520-080 TeleFax: 21 2568-7823 / 2565-7330 http://www.dancecom.com.br/daa E-mail: daa@dancecom.com.br |