Mais uma vez a produção de espetáculos, eventos, reuniões e investigações na área de dança é numerosa e fecunda – mais uma vez "esprememos" o espaço para poder dar o máximo de divulgação às várias iniciativas que movem o setor. Isso é bom.

Temos estréias como a do Grupo Corpo, eventos internacionais como a Bienal de Lyon e o Encontro Laban, pesquisas como a tese sobre dança e educação, entrevista com jovens bailarinos e tanta coisa interessante...

Infelizmente, também abrimos (na coluna Considerando) espaço para chorar o latrocínio de um dançarino anônimo. Na sua particularidade, poderia passar como um desabafo de algumas pessoas próximas, atingidas. Na verdade, é sim um desabafo, mas não de um pequeno grupo, o é de toda uma sociedade, na medida em que retrata a situação caótica em que se encontram as pessoas de bem no Rio de Janeiro e em tantas outras cidades do país. Gente honesta, trabalhadora e refém da violência. Quantos dentre nós já passaram por situações de risco, assaltos, ameaças? Quantos se sentem privados do direito de ir e vir?

Clamamos por liberdade, pelo direito de sair de casa sem medo de não retornar, sem o toque de recolher mudo, sem "poder paralelo", sem bala perdida, sem terror. As baixas são muitas, mas não se pode dizer que estamos em guerra porque numa guerra os dois lados estão armados...

Todos somos vítimas e a reação tem que partir de nós - as eleições estão aí e o voto consciente será um aliado valioso.