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Taparazzi
Tap City 2001, The New York Tap Festival De 7 a 15 de julho aconteceu o Tap City 2001, o 1o Festival de Sapateado de Nova Iorque. Por incrível que pareça, a capital mundial do sapateado nunca tinha presenciado um evento similar. Foram nove dias de aulas, espetáculos, sessões de improviso, palestras, mesas redondas e mostras de filmes raros. Tony Waag, produtor do evento, sonha com a possibilidade do Festival tornar-se anual e o sapateado poder desfrutar, finalmente, de uma plataforma permanente na grande maçã. O mundo do sapateado torce para que isso torne-se uma realidade. Muito bem organizado, o evento concentrou-se principalmente no centro de Manhattan (midtown, Times Square e adjacências), usando, para as aulas, os espaços oferecidos pelo Ailey Studios, Nola Rehearsal Studios, Steps on Broadway e Dick Shea's Studios, a Broadway Dance Center para a Jam Session inaugural, o Starbucks Coffee de Astor Place para a jam session das crianças, e, finalmente, o lindo Duke on 42nd Street Theater para os espetáculos noturnos. O teatro foi recém reformado e pertence ao mesmo dono do vizinho New Victory Theater, onde está em cartaz a nova remontagem do musical 42nd Street. A escolha do teatro não poderia ter sido mais feliz, pois um espetáculo dedicado à mais tradicional forma de dança americana merecia apresentar-se na mítica rua 42, a mais tradicional via do teatro musical americano. O festival teve uma importância fundamental por várias razões. Primeiro, porque juntou no mesmo evento uma gama de grandes mestres raramente vista: Gregory Hines, Jimmy Slyde, Prince Spencer, LaVaughn Robinson, Buster Brown, Brenda Bufalino, Savion Glover, só para citar alguns. O show Tap Masters, Tap Mentors, dia 11 de julho, homenageou grandes mestres, alguns já falecidos, outros não. Pupilos e "filhos artísticos" contaram histórias, apresentaram coreografias dos seus mestres, improvisaram e principalmente deliciaram-se por estarem juntos, nessa grande celebração do sapateado. Pela emoção e a qualidade incrível dos números apresentados, não temo dizer que foi um dos dias mais importantes na historia dessa arte. Segundo, o evento juntou as gerações e deixou muito claro que tem uma safra de jovens talentos chegando aí, que tecnicamente não deixam nada a dever aos seus mestres. O sapateado hoje em dia não tem idade, e os que temiam pelo seu futuro podem dormir tranqüilos. Quero destacar as performances de Ted Levy, Roxanne "Butterfly" e Leela Petrônio, no já citado show do dia 11, que foram soberbos, e também de Max Pollack, Ayodele Casel e Josh Hilberman, todos presentes e donos de um estilo altamente impactante e pessoal. Terceiro, o festival foi importante porque deixou claro que o sapateado hoje também é internacional. Nas aulas tiveram inscrições de sapateadores de 25 países, e a noite do dia 10 de julho, intitulada Tap Internationals, mostrou o talento e a originalidade de sapateadores de 11 países, entre eles Japão, Alemanha, Estônia, Israel, França e Brasil. Além da boa qualidade técnica, o mais interessante dessa noite foram as demonstrações de novos caminhos, a busca por linguagens que usem como base o sapateado americano mas incorporem elementos de outras tradições culturais e apontem para novos horizontes. Rhythm Kaneco (Japão) apresentou com êxito um solo funkiado acompanhado pelo musico Sei, tocando shamisen, uma espécie de viola tradicional japonesa. Olívia Rosenkrantz (França) e Mari Fujibayashi (Japão) dançaram um número incrivelmente denso (Canto para matar uma cobra), numa música sinfônica do compositor mexicano Silvestre Revueltas, e foram ovacionadas (na França, já fizeram turnê com uma orquestra de 65 músicos!). Do Brasil, participaram da noite Cláudio Figueira e sua companhia Só de Sapato, Cíntia Martin, dançando solo e eu mesmo, com Bruce Henry no contrabaixo. Cíntia Chamecki, que mora em Nova Iorque, participou de várias noites dançando com as companhias de Bárbara Duffy, de Heather Cornell e com o Tap Collective. Tony Waag merece nossos aplausos por essa realização inesquecível e fundamental para o sapateado americano. Steven Harper é Professor e bailarino de sapateado Página pessoal: http://stevenharper.stop.to/
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