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A DANÇA EMOÇÃO, EDUCAÇÃO, UM PONTO DE VISTA
PARA ALÉM DO TECNICISMO. Ms. Anselmo Alexandre Mendes Embora avesso aos programas de auditórios, que pouco contribuem para o crescimento do telespectador, no programa do Faustão, exatamente no quadro dança dos famosos, tive um exemplo claro do que é a falta da emoção na ‘dança técnica’. Questionemos o que é dançar, se não deixar a emoção, o corpo, o pensamento serem um só no espaço, no tempo, levando a expressão dos sentimentos mais ternos, íntimos e ímpares da dança?! Pois bem, Pedro Bismarck, fez uma apresentação ímpar, do estilo passo doble, sendo aplaudido de pé pelos que ali estavam. Com um conteúdo que emocionou não porque houve técnica apurada, mas porque tocou o que há de sublime no ser humano, o prazer, o lúdico, a emoção,... o coração. Ana Botafogo, que dispensa qualquer comentário por seu currículo, fez uma avaliação bastante competente do ponto de vista TÉCNICO, que pouco importante se torna em se tratando da verdadeira dança, que brota da emoção, do coração, da percepção do ser que 'declama' a dança por intermédio do corpo e isto não se dá para fingir ou interpretar como fazem os atores. Diga-se de passagem, o excesso técnica dentro de uma percepção holística de homem, como o tecnicismo presente nas aulas de educação física, pouco, ou nada contribui, para a vida do educando, ou do sujeito. Numa amostragem de incompetência emocional e ainda de limitação de uma leitura de dança emoção/ educação/desenvolvimento, atribuiu uma nota 7,0 ao Pedro e sua partner. Momento que foi vaiada por todos que ali estavam, digamos de passagem, muito merecida a vaia. Mas enfim, o que quero externalizar com isto é que o homem é muito mais que partes; é muito mais que técnica; é muito mais que o valor que nossos políticos pensam que nós temos. O homem é um ser que se integram mente, corpo, social, energético, emoção, interação.... E que técnica e enquadramento tecnicista, nunca darão conta de representar o que significa o homem enquanto, corpo, mente, social e movimento, muito menos a própria dança. Aliás, sendo um professor de Educação Física, não poderia fugir neste texto, de questionar a importância de 10 anos de nossa vida aprendendo a técnica do arremesso do handebol, ou o toque do voleibol, entre outras coisas, como também o decorar a báscara da matemática, ou se o verbo é transitivo direto, indireto ou intransitivo. Eu poderia dar outros exemplos de tempo perdido, embora não sejam totalmente inúteis, mas a definitivamente, poderia ter sido melhor. Reflitamos: como o processo educacional, foi de certa forma traumatizante em alguns aspectos? Uma pena, com tantas propostas possíveis e ‘inovadoras’, ficamos atrelados a um conteúdo apostilar, provinciando e descontextualizado. Esquecendo-se do contexto, da formação pra vida, para o desenvolvimento do homem. Não é de se estranhar, que se tenha um ‘mito’ em torno da dança, de seu aprendizado, que alguns fantasiam ser difícil, até certo ponto impossível, para a pessoa, que esteve na escola e não aprendeu que mexer o corpo é uma questão de necessidade, saúde, de qualidade de vida; a homossexualidade não é uma doença e que dançar não torna o homem homossexual. (quero deixar claro que respeito a orientação de cada um.) Muitos mitos, muitos tabus, excesso de técnica, para a pessoa que não deseja ser um show man, ele deseja dançar a vida, dançar sua emoção, dançar para si mesmo e sua/seu partner. Como Rubem Alves diz: “o mito é perigoso, pois inibe o raciocínio”. Prezados companheiros, acho que foi mais um desabafo apenas, mas oportuno, desejo que esse esboço que fiz seja tema de discussão, de tese, antítese e nova tese, ou seja: quero crescer junto com aqueles que me fazem mais digno se ser chamado de homem, por já não ser mais o mesmo de antes. Gostaria de manter contato com todos que aqui compactuam com esta proposta de dança - a dança educação/emoção/vida, para além do tecnicismo, ou mesmo com aqueles que discordam desta proposta. Um abraço a todos, e muita dança, pois como já dizia o filósofo, que seja perdido todo o dia que se deixou de dançar. Caso alguém desejar ver como se processa todo discurso de formação para além da técnica, convido-o a fazer uma de minhas aulas. Estarei em dois eventos ministrando curso de dança escolar e dança de salão (Faculdade de Ijuí-RS em Setembro/2006), dança de salão (Faculdade de Pato Branco –PR, também em Setembro/2006). Ou na minha turma de dança de salão permanente, todas sextas-feiras no clube Cianorte-PR. Maiores informações via email: anselmo.alexandre@superig.com.br ou prof_anselmo@yahoo.com.br Dados sobre o autor: Anselmo
Alexandre Mendes Graduado Especialista em Educação pela UNOPAR (Londrina-PR) –
2000 Mestre em Educação pela UNOESTE – 2005 (Presidente
Prudente – SP) Professor da UNOESTE das disciplinas: Fundamentos
sócio-antropológicos da Educação Física, Filosofia e Ética, Ginástica de
Academia e Didática. Professor de dança de salão no Cianorte Clube
(Cianorte – PR)
Copyright © 1997 Marco Antonio Perna
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